Acaba de sair na revista Virological um estudo feito pela
Fiocruz sobre uma nova variante do Sars Cov 2 circulando no BR, com pontos em
comum com a P.1/P.2 (mutação E484K, por exemplo), porém, descendente de uma
linhagem diferente! (enquanto variantes P descendem da B.1.1.28, essa
descenderia da B.1.1.33)
Não é uma novidade total . Já conhecemos algumas linhagens
derivadas da B.1.1.33:
N.1 (EUA), N.2 (Suriname e na França), N.3 (Argentina), N.4
e B.1.1.314 (Chile).
Nenhuma dessas linhagens derivadas de B.1.1.33 apresentaram
alguma mutação preocupante na proteína S
Essa variante nova, chamada de N.9, apresenta a mutação
E484K, também vista na Variante de Atenção (VOC) P.1, e está sendo detectada em
diferentes estados brasileiros entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021
Por enquanto a N.9 apresentou baixa prevalência (~3%) entre
todas as amostras brasileiras analisadas entre Nov/2020 e Fev/2021, PORÉM já
está amplamente dispersa no país e compreende uma alta fração de 35% de as
sequências descendentes da B.1.1.33 detectadas nesse período.
O que se sabe é que há
evidências fortes de que existe uma maior transmissibilidade. Mas o escape de
anticorpos precisa ser investigado em profundidade. Até agora, as vacinas
continuam a se mostrar eficientes.
Tudo isso nos traz a mesma reflexão: a alta transmissão do
vírus gera novas variantes que podem carregar mutações que podem ser
preocupantes para nós.
Estamos, muito provavelmente, diante de pressões seletivas
para variantes que escapem das nossas defesas, e cada vez que deixamos o vírus
se transmitir mais rápido, estamos acelerando o processo de surgimento de novas
variantes. E se alguma dessas escapar ainda mais?
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