sexta-feira, 12 de março de 2021

Variante N9 : no Brasil sempre é possível piorar o controle da pandemia

 

Acaba de sair na revista Virological um estudo feito pela Fiocruz sobre uma nova variante do Sars Cov 2 circulando no BR, com pontos em comum com a P.1/P.2 (mutação E484K, por exemplo), porém, descendente de uma linhagem diferente! (enquanto variantes P descendem da B.1.1.28, essa descenderia da B.1.1.33)

Não é uma novidade total . Já conhecemos algumas linhagens derivadas da B.1.1.33:

N.1 (EUA), N.2 (Suriname e na França), N.3 (Argentina), N.4 e B.1.1.314 (Chile).

 

Nenhuma dessas linhagens derivadas de B.1.1.33 apresentaram alguma mutação preocupante na proteína S

Essa variante nova, chamada de N.9, apresenta a mutação E484K, também vista na Variante de Atenção (VOC) P.1, e está sendo detectada em diferentes estados brasileiros entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021

Por enquanto a N.9 apresentou baixa prevalência (~3%) entre todas as amostras brasileiras analisadas entre Nov/2020 e Fev/2021, PORÉM já está amplamente dispersa no país e compreende uma alta fração de 35% de as sequências descendentes da B.1.1.33 detectadas nesse período.

 O que se sabe é que há evidências fortes de que existe uma maior transmissibilidade. Mas o escape de anticorpos precisa ser investigado em profundidade. Até agora, as vacinas continuam a se mostrar eficientes.

Tudo isso nos traz a mesma reflexão: a alta transmissão do vírus gera novas variantes que podem carregar mutações que podem ser preocupantes para nós.

Estamos, muito provavelmente, diante de pressões seletivas para variantes que escapem das nossas defesas, e cada vez que deixamos o vírus se transmitir mais rápido, estamos acelerando o processo de surgimento de novas variantes. E se alguma dessas escapar ainda mais?

 

 

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