sábado, 27 de março de 2021

tratando precocemente

 

Sobre o tratamento precoce para a COVID não seria necessário um longo texto para explica-lo.Uma simples frase basta : não há,até o momento, nenhum tratamento eficaz contra o vírus (somente contra os sintomas)

Até Dezembro de 2020 mias de 100 mil artigos médicos foram publicados sobre a pandemia. Para todos os estudos cientificamente válidos não foi possível mostrar eficácia de qualquer droga , isoladamente ou combinada, e sim INEFICÁCIA.

Para quem defende os “estudos” que citam eficácia nenhum é válido. Não foram publicados em revistas cientificas validadas pelas comunidades científicas. Por que isso é importante? Porque artigos que são publicados nestas revistas são avaliados pelos maiores especialistas , num processo longo, rigoroso e criterioso. Os melhores jornais médicos têm taxas de aceite inferiores a 5% ( em geral, passam por uma revisão inicial pelo editor,alguém escolhido entre os mais veteranos e qualificados cientificamente, que avalia se há mínima base científica. Em geral, o editor não aprova mais do que 30% entre os melhores periódicos. Alguns até abaixo de 10%)

Após isso o estudo é validado por um editor associado – um especialista no tema específico, que designa pelo menos mas dois avaliadores. Este processo a partir do Editor Associado é todo “double blind review”; o que significa que este não sabe quem é o autor e o autor não sabe quem ele é. Os dois avaliadores também não sabem quem é o autor. Tudo para garantir a isenção e credibilidade.

Mas para quem critica os artigos de má qualidade é necessário ter avaliado cada um nos seus pormenores. Eu li os artigos. A grande maioria contém erros metodológicos básicos. O conhecimento estatístico permite identificar os erros.

As meta-analises publicadas em sites de conflito de interesse são,por incrível que pareça,mais fáceis de avaliar.É como que “desmontar” os estudos, até chegar nas respostas originais (amostra), somar todos e obter uma nova “amostra” somando todas. Mas para isso os estudos têm que ser EQUIVALENTES. O que significaria, no presente caso, que em todos os diferentes estudos teriam que ser aplicados os mesmos medicamentos, nas mesmas doses, nos mesmos perfis de pacientes, em hospitais similares, na mesma etapa da doença etc. Nenhuma das meta-análises que “atribuem” uma eficácia das drogas faz isso. Algumas simplesmente se dão ao trabalho de coletar qualquer lixo na internet para “fazer número”. Tem algumas que chegaram ao cúmulo de inverter os resultados dos estudos originais.Alguns multiplicam a (in)significância estatística de cada estudo e afirmam chegar numa significância. Isto não tem NENHUMA base científica ou estatística.

Sobre a alegação de “casos” que funcionam em certos países. Não há  NENHUM estudo científico que prove isto.A associação do chamado tratamento precoce é exclusividade do Brasil !!!

Muitos que defendem seu uso clamam : “Tem que provar a ineficácia”. Não, na verdade quem afirma o efeito é que tem que prová-lo.Nenhuma agência sanitária aprovou, na BULA, o uso da Ivermectina ou Cloroquina para Covid, e vários países descontinuaram sem uso, inclusive os EUA.

 Quanto aos casos de “cura”: 80% das pessoas se curarão sem nada. Cerca de 15% precisarão algum apoio para os sintomas (antitérmicos, analgésicos, corticoides) etc.

E temos que considerar o efeito placebo: conhecido na ciência médica pelo efeito benéfico de aspecto motivacional. Mas nestes casos, o placebo não tem nenhum efeito adverso. Nos casos da Cloroquina e Ivermectina, especialmente a segunda, há efeitos hepáticos importantes se houver uso continuado. Há diversos relatos de pessoas que tiveram falência hepática – algumas morreram – pelo uso do “tratamento precoce”. Os médicos relatam quem em Manaus, TODOS os hospitalizados tinham feito o “tratamento”.Mas o pior ainda estava por vir : não satisfeitos com o uso inadequado , hoje se tenta usar cloroquina até por via inalatória (com desfecho de morte para quem usou)

Relatos pessoais não podem justificar o credo na eficácia Não há controle de outras variáveis, para impedir que interfiram na interpretação dos resultados: idade, comorbidade, atendimento precoce (ou seja, identificação cedo e uso de medidas de suporte: analgésicos, antitérmicos, corticoide, oxigênio etc.), qualidade do atendimento nos hospitais etc.

Muitos dos ditos “especialistas” divulgados na mídia. não são especialistas.São motivados por ideologias , má fé , ganância , irresponsabilidade , projeção pessoal.Não tem doutorado em medicina – portanto não tem formação cientifica como pesquisadores, logo não tem treino e não sabem reconhecer se algo tem valor científico. Não são pesquisadores; em geral, sequer têm vínculo com universidades

Ciência é uma busca sistemática da verdade,e  tem que se basear em fatos e dados VÁLIDOS. E, até agora, todos os estudos cientificamente válidos, de diferentes correntes, concordam sobre CQ e Ivermectina: SÃO INEFICAZES e, sim, tem efeitos colaterais adversos.

 

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