A cegonha branca (cientificamente nominada Ciconia ciconia)
é muito comum em diversas partes da Europa. É possível estimar as quantidades
por região. Também é possível acompanhar a taxa de natalidade humana nesses
locais.
Existem estudos que determinam a quantidade de cegonhas, de
humanos e a taxa de natalidade de 17 países europeus,por exemplo.
Se quisermos obter um cruzamento de dados,podemos observar
como a taxa de natalidade humana aumenta conforme aumenta a população de
cegonhas.É possível de se obter um resultado significativo estatisticamente : podemos
ver que em lugares com mais cegonhas, nascem mais crianças. Logo, são as
cegonhas que entregam crianças...
Alguém está convencido após esta correlação ¿
Claro que não, quem tem senso crítico suficiente entenderá
que uma correlação OBSERVACIONAL não implica em CAUSALIDADE.
Ótimo !!!.... Então como explicar que as pessoas compartilhem
estudo OBSERVACIONAL de cloroquina, azitromicina, vitamina ou qualquer outra besteira
como se algum deles CAUSASSEM a cura ou tratamento da COVID-19?
É exatamente o mesmo raciocínio, menos caricatural.
Vamos pensar um pouco.Exercer o raciocínio crítico. Estudos
observacionais abrem brechas para os chamados "fatores de confusão".
No caso da cegonha, é mais provável que lugares com mais cegonhas, sejam
lugares mais rurais e, portanto, seja mais comum um maior número de filhos por
casais.
É por isso que POUCOS Ensaios Clínicos Randomizados
adequados (experimentos nos quais há sorteio da amostra) valem mais do que
DEZENAS OU CENTENAS de estudos observacionais, quando o assunto é determinar
causalidade e eficácia de intervenções, como medicamentos para a COVID-19.
É para isso que existe o método científico: para filtrar as
ilusões do mundo real. Mesmo dentro da ciência e da estatística precisamos ter
um olhar crítico sobre artigos e não
apenas sair contando e espalhando estudos positivos versus negativos como se fosse uma
verdade absoluta.
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