quinta-feira, 4 de março de 2021

a similaridade entre as variantes B.1.1.7 e P1 : porque devemos nos importar ?

 

Acaba de ser publicado na revista Science um artigo sobre a variante B . 1.1.7 que se espalha por toda a Eurpoa.

O artigo conclui que a variante conseguiu se sobrepor às outras variantes, respondendo, em 15 de fevereiro, por NOVENTA E CINCO porcento das novas infecções. Essa variante já está presente em 82 países (inclusive aqui)

A variante, competindo com as demais, conseguiu tomar a dianteira no número de infecções.

Os pesquisadores estimam que essa variante é de 43 a 90% mais transmissível do que a original. Isso implica em maior necessidade de redução de contato para controlá-la.

Os pesquisadores apontam 5 hipóteses para explicar esse crescimento tão rápido :

1. Maior concentração viral em infectados, o que tornaria mais fácil contaminar alguém susceptível

Esse achado foi também encontrado, com concentrações 10 vezes superiores na variante P1.

  2 - Período maior de transmissão viral, o que pode fazer com que a pessoa, em contato com mais pessoas em um período mais longo infecte mais   

  3 - Potencial escape imune. Quem já foi infectado por outra variante e desenvolveu anticorpos, pode ter um risco maior de se infectar com essa variante

Ainda assim é importante notar que as vacinas disponíveis oferecem proteção contra essa variante.

  4 - a variante se espalhou em novembro, quando escolas estavam abertas. Isso pode apontar para uma possível maior infecção de crianças, que não pareciam ser tão suscetíveis à versão original.

  5 - um tempo de geração mais curto (entenda-se : o vírus produz cópias viáveis de si mesmo mais rápido) o que permitiria um aumento mais rápido de carga viral.

Feitas as hipóteses, quais as implicações? Por que deveríamos nos importar?  

Sem vacinação, apenas um controle restritivo de mobilidade conseguiria manter os números baixos, com risco de ressurgência da pandemia no segundo semestre.

Com vacinação lenta, as coisas melhoram, mas ainda há risco de colapso do sistema de saúde e de número elevado de mortes.

Com vacinação rápida, e medidas restritivas, o Reino Unido pode ser capaz de combater de forma eficaz essa nova variante.

Ou seja: a saída é distanciamento social e vacinas. A mesma fórmula vale para cá e para a variante P1.

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