sábado, 18 de março de 2017

Diarréia do viajante


 
O mundo vem se tornando cada vez menor.A globalização permite que o deslocamento das pessoas ocorra de modo muito mais rápido e facilitado.Na Europa,por exemplo,estima-se que em 2030,cerca de 1. 8 bilhões de turistas devem desembarcar por ano oriundos dos mais diversos países.Em 2013 chegaram nos países europeus cerca de  563 milhões de pessoas.Outros continentes também tiveram aumento no numero de viajantes : Asia (+14%), Americas (+6%) e Africa (+3%).

Os viajantes podem estar expostos a uma ampla diversidade de agentes infecciosos,especialmente quando viajam para países tropicais.Infecções adquiridas durante as viagens desempenham um papel fundamental na globalização das infecções (exemplo recente foi visto com a gripe H1N1 e mais atualmente com o vírus Ebola).O viajante pode introduzir um novo patógeno em uma nova área geográfica ou nicho ecológico—como  a transmissão do virus chikungunya na Europa e no Brasil.
A medicina do viajante hoje se ocupa com a prevenção,aconselhamento e tratamento das doenças relacionadas à exposição do paciente.É uma especialidade em crescimento e envolve abordagem epidemiológica,avaliação pré viagem,imunizações, quimioprofilaxia e tratamento .
Um trabalho recentemente publicado mostra o perfil dessa especialidade.Foi realizado com 32 136 pacientes avaliados na EuroTravNet clinics durante 5 anos (2008–12).  10 109 viajantes (todos europeus) adquiriam infecção provenientes da Africa sub-Sahara, 4577 do sudeste da Asia, 4027  da Asia central e 2540 da América do Sul. A maioria viajou a turismo (51%) ou para visitar parentes (14%).
As doenças com maior predominância foram : malária,diarréia aguda,síndrome viral sem exantema,diarréia crônica,diarréia bacteriana aguda,dengue e giardíase.
A diarréia do viajante tem extrema frequência e importância
A primeira descrição da síndrome data de mais de 50 anos..A relação com um dos principais agentes etiológicos, no entanto, a E.coli enterotoxigênica, foi descrita cerca de 10 anos depois .A incidência em viagens com duração média de 2 semanas permanece entre  10% a 40%,dependendo do destino e de caracteristicas clínicas do viajante .
Estima-se que no mínimo 1 episódio de diarréia ocorre em 40% a 50% de viajantes durante sua permanência no país de destino e sofre a influência de diversos fatores.
O local de destino tem uma importância fundamental  no risco de adquirir a doença e 3 aréas geográficas com riscos diferentes são descritas.Região de baixo risco (incidência de menos de 8%) , para uma estadia média de 2 semanas, inclue a região central e norte da Europa,Estados Unidos, Canada, Japão e Australia. Regiões com risco intermediário (entre  8% e 20% ) engloba a s regiões sudeste e oeste da Europa, Russia, China, Israel,Caribe e Africa do Sul.
As areas com maior risco (20% a 90% ) são Asia, América Central e do Sul e Africa.
 A duração de permanência tambem é importante como fator de risco.A possibilidade de contrair a diarreia é maior na primeira semana e declina a partir daí .Algumas características do estilo da viagem também são relevantes.Pessoas que viajam como mochileiros ou com menor poder aquisitivo tem maior risco .Esses fatores podem ser explicados pelo consumo de alimentos em vendedores de rua , tipo de acomodação etc 

O quadro clinico é extremamente variável indo de episódios diarreicos com fezes liquidas de pouca frequência até a disenteria grave.Quando ocorre invasão do patógeno na mucosa intestinal geralemente existem manifestações sistêmicas com febre , queda do estado geral e fezes sanguinolentas.Episódios de fezes diarreicas com frequência de 10 x ou mais em 24 horas são relatados.

Orientações para prevenção

Aconselhamento sobre o consumo de alimentação e bebidas potencialmente de risco devem ser discutidos previamente.Porem nem sempre são suficientes para a prevenção pois condições locais sanitárias podem inferir na contaminação dos alimentos.De um modo em geral , as enterobactérias são destruídas em cozimentos a 100°C e a maioria das comidas servidas a 60°C são seguras ).Alimentos crus e agua não fervida (cuidado especial com cubos de gelo) ainda constituem importante fonte de contaminação
Torne sua viagem mais segura.Avalie com um profissional os riscos relacionados ao destino e como prevenir

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