sábado, 13 de fevereiro de 2021

como terminar com a pandemia ?

 

As expectativas com a chegada das vacinas é de que seria possível controlarmos a pandemia.Mas vamos discutir as estratégias que dispomos e como funcionariam :

1. Eliminação do vírus através de múltiplas medidas prolongadas de restrições

2. Imunidade através da imunização – envolve a vacina e a “aceitação” de casos toleráveis de óbitos

Primeiro analisando as medidas restritivas : isso exigiria lockdowns , testagem e rastreamento de contatos de modo eficiente e persistente a fim de obtermos o menor número possível de novos casos (por exemplo :<10 para 100 mil pessoas). Por quanto tempo : chegar a um R de menos de 0.8, isto poderia levar em torno de 2-3 meses (que poderia ser menor se houver melhores adequações para o isolamento, e colaboração em massa da população).

O que seria necessário fazer durante este período : testar , rastrear , isolar , melhorar medidas de segurança nas escolas , controle de quarentena nas fronteiras. O uso de máscaras , o distanciamento físico seria ainda prioritário até que a vida pudesse voltar ao mais próximo possível do normal. As vacinas deveriam cobrir a maior parte da população.O monitoramento de novos casos poderiam impor a volta de medidas restritivas e isolamento quando necessário.

Esta abordagem é associada a menor grau de incerteza pois:

1. Estamos observando que funciona em outros países.

2. Terá uma duração definida das medidas , estimularia a população a aderir ao processo pois a recompensa é a volta à normalidade.

3. A vacina entraria como medida complementar e com maior segurança nos seus resultados.

4. Melhor entendimento sobre a evolução de novas variantes e seu impacto na eficácia das vacinas

Vamos analisar a segunda estratégia : buscar a imunidade de rebanho ou,no mínimo,uma doença menos garve na maioria da população através da vacinação.

Embora as vacinas sejam prioritárias para controle de uma pandemia, existem muitas questões sobre seu desempenho,principalmente quando se aposta apenas nelas como estratégia principal.

As vacinas conferem proteção contra doença grave e sintomática, não sabemos a extensão do benefício na redução da transmissão. Portanto, não temos garantia da obtenção da imunidade de rebanho.

O vírus está se movendo mais rápido com mutações que podem torna-las menos efetivas (escape).Mesmo que isso não ocorresse,a imunidade de rebanho teria que ser mais alta (percentual) diante de cepas mais transmissíveis.

Nós não sabemos a duração da imunidade conferida pela vacinação.Podemos necessitar de boosters (talvez mais frequentes,principalmente com o surgimento de variantes).também não sabemos a proteção das vacinas contra a síndrome pós COVID

Uma outra situação em apostar na imunidade de rabanho atingida por modo natural ou cavinal é exatamente a sua duração e proteção contra variantes como a da Africa do sul , muito capaz de causar reinfecções.

Dependendo do ritmo da vacinação , continuam ocorrendo altos níveis de transmissão com potencial para adaptação do vírus e desenvolvimento de mutações.Atualmente vemos a mutação E484K circulando em vários países – esta tem um grande escape à imunidade.

Embora a ciência seja capaz de readequar as vacinas – isto leva tempo.E não temos garantia sobre a evolução do vírus.

 

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