As expectativas com a chegada das vacinas é de que seria possível
controlarmos a pandemia.Mas vamos discutir as estratégias que dispomos e como
funcionariam :
1. Eliminação do vírus através de múltiplas medidas prolongadas
de restrições
2. Imunidade através da imunização – envolve a vacina e a “aceitação”
de casos toleráveis de óbitos
Primeiro analisando as medidas restritivas : isso exigiria
lockdowns , testagem e rastreamento de contatos de modo eficiente e persistente
a fim de obtermos o menor número possível de novos casos (por exemplo :<10
para 100 mil pessoas). Por quanto tempo : chegar a um R de menos de 0.8, isto
poderia levar em torno de 2-3 meses (que poderia ser menor se houver melhores
adequações para o isolamento, e colaboração em massa da população).
O que seria necessário fazer durante este período : testar ,
rastrear , isolar , melhorar medidas de segurança nas escolas , controle de quarentena
nas fronteiras. O uso de máscaras , o distanciamento físico seria ainda
prioritário até que a vida pudesse voltar ao mais próximo possível do normal.
As vacinas deveriam cobrir a maior parte da população.O monitoramento de novos
casos poderiam impor a volta de medidas restritivas e isolamento quando necessário.
Esta abordagem é associada a menor grau de incerteza pois:
1. Estamos observando que funciona em outros países.
2. Terá uma duração definida das medidas , estimularia a
população a aderir ao processo pois a recompensa é a volta à normalidade.
3. A vacina entraria como medida complementar e com maior
segurança nos seus resultados.
4. Melhor entendimento sobre a evolução de novas variantes e
seu impacto na eficácia das vacinas
Vamos analisar a segunda estratégia : buscar a imunidade de
rebanho ou,no mínimo,uma doença menos garve na maioria da população através da
vacinação.
Embora as vacinas sejam prioritárias para controle de uma
pandemia, existem muitas questões sobre seu desempenho,principalmente quando se
aposta apenas nelas como estratégia principal.
As vacinas conferem proteção contra doença grave e
sintomática, não sabemos a extensão do benefício na redução da transmissão. Portanto,
não temos garantia da obtenção da imunidade de rebanho.
O vírus está se movendo mais rápido com mutações que podem torna-las
menos efetivas (escape).Mesmo que isso não ocorresse,a imunidade de rebanho
teria que ser mais alta (percentual) diante de cepas mais transmissíveis.
Nós não sabemos a duração da imunidade conferida pela
vacinação.Podemos necessitar de boosters (talvez mais frequentes,principalmente
com o surgimento de variantes).também não sabemos a proteção das vacinas contra
a síndrome pós COVID
Uma outra situação em apostar na imunidade de rabanho
atingida por modo natural ou cavinal é exatamente a sua duração e proteção
contra variantes como a da Africa do sul , muito capaz de causar reinfecções.
Dependendo do ritmo da vacinação , continuam ocorrendo altos
níveis de transmissão com potencial para adaptação do vírus e desenvolvimento de
mutações.Atualmente vemos a mutação E484K circulando em vários países – esta tem
um grande escape à imunidade.
Embora a ciência seja capaz de readequar as vacinas – isto leva
tempo.E não temos garantia sobre a evolução do vírus.
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