Suponha que nós temos uma variante do SARS-CoV-2 que é mais
transmissível, e outra que tem maior capacidade de reinfectar pessoas que já
tenham desenvolvido imunidade.
Qual das duas irá se disseminar mais rapidamente ?
Nós podemos medir a transmissão usando o R .Podemos dividir
o R em 4 componentes – duração(D) , oportunidades (O) , probabilidade de
transmissão (T) e susceptibilidade (S)
R = D x O x T x S
Exemplificando : se nós temos uma variante (vamos chamar de
V1) que é melhor transmitida durante interações sociais, haverá um aumento no
'T'. Se ela for 50% mais provável de transmitir por contato temos que mudar a
equação : '1.5 x T'.
E se nós tivermos uma
variante (vamos chamar de V2) que escapa da imunidade prévia de alguma forma ?
Aqui precisamos mudar a equação pois vamos ter menor susceptibilidade (S) e
temos que definir em termos de proporção de imunes (o que seria aproximadamente
1-S). então ficaríamos assim :
R = D x O x T x
(1-P).
Se uma nova variante implica que a imunidade existente não é
efetiva em reduzir a infecciosidade, ela irá reduzir o valor de P, e
consequentemente aumentar o R.
Suponha que a nova variante signifique que a imunidade
anterior agora só reduza a infecciosidade em 30% – nos trocamos o 'P' por '0.3 x P
Resumindo, a variante V1 terá R = D x O x (1.5 x T) x (1-P) e
a variante V2 with R = D x O x T x (1 - 0.3 x P)..
Nós podemos dividir o R em seus componentes para melhor
entender como as diferentes variantes têm suas vantagens. Quando a imunidade da
população é baixa, uma maior transmissibilidade é mais importante,mas na medida
que a imunidade cresce,a vantagem fica para as variantes que conseguem escapar
do nosso sistema imune
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