sábado, 11 de abril de 2020

sem evidências




Somos ensinados na escola médica a nos prepararmos com as melhores evidências a fim de promovermos os melhores cuidados aos nossos pacientes.
Mas nunca foram tão ambíguos , como nos momentos atuais , o  nosso comportamento , as nossas decisões e opiniões.

Em tempos normais , eu costumava filtrar as informações das revistas médicas , focar a atenção nos mais rigorosos estudos em busca da solidez que me auxiliasse nos diagnósticos e tratamentos.
A evidência hoje está muito distante de ser algo definitivo.Parece sempre suspeita , sujeita a uma revisão de atenção e critica contínua. Mais do que nunca precisamos lidar com as incertezas e usar cuidadosamente a linguagem ao constatarmos o novo.

A velocidade com que o conhecimento se propaga é incrível. Todos os dias os mais prestigiados jornais médicos avançam por territórios surpreendentes. E aquilo que parecia impossível , sim , pode acontecer. Este é o contexto sem precedentes que uma pandemia nos proporciona.

Somos colocados à prova a todo instante. Atitudes tão básicas do cotidiano , quando vistas pela perspectiva do contágio , nos afrontam e desafiam a revermos condutas aparentemente seguras.

As escolhas resultam em conflitos : o que é uma boa opção e como diferenciar de uma má.¿ Talvez deveríamos raciocinar como utilitaristas e fazer algo que seja para promover o bem para o maior numero de pessoas.

Cada vez mais tenho considerado em repensar , analisar , o que achava como correto na semana passada. Olhar para esta crise com mais humildade e empatia: estar disposto a mudar de opinião diante do entendimento de outras perpectivas trazidas pelas mudanças.


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