Somos ensinados na escola médica a nos prepararmos com as
melhores evidências a fim de promovermos os melhores cuidados aos nossos
pacientes.
Mas nunca foram tão ambíguos , como nos momentos atuais , o nosso comportamento , as nossas decisões e
opiniões.
Em tempos normais , eu costumava filtrar as informações das
revistas médicas , focar a atenção nos mais rigorosos estudos em busca da
solidez que me auxiliasse nos diagnósticos e tratamentos.
A evidência hoje está muito distante de ser algo
definitivo.Parece sempre suspeita , sujeita a uma revisão de atenção e critica
contínua. Mais do que nunca precisamos lidar com as incertezas e usar
cuidadosamente a linguagem ao constatarmos o novo.
A velocidade com que o conhecimento se propaga é incrível. Todos
os dias os mais prestigiados jornais médicos avançam por territórios
surpreendentes. E aquilo que parecia impossível , sim , pode acontecer. Este é
o contexto sem precedentes que uma pandemia nos proporciona.
Somos colocados à prova a todo instante. Atitudes tão
básicas do cotidiano , quando vistas pela perspectiva do contágio , nos
afrontam e desafiam a revermos condutas aparentemente seguras.
As escolhas
resultam em conflitos : o que é uma boa opção e como diferenciar de uma má.¿ Talvez
deveríamos raciocinar como utilitaristas e fazer algo que seja para promover o
bem para o maior numero de pessoas.
Cada vez mais tenho considerado em repensar , analisar , o
que achava como correto na semana passada. Olhar para esta crise com mais
humildade e empatia: estar disposto a mudar de opinião diante do entendimento
de outras perpectivas trazidas pelas mudanças.
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