Em 28 de Março de 2020O, o FDA autorizou de modo emergencial
o uso de hidroxicloroquina para pacientes hospitalizados com Covid-19. Entretanto,
a dose ideal e a duração do tratamento não foram devidamente protocoladas. A
autorização também não relacionou qualquer estudo clínico que provasse os reais
benefícios no desfecho dos pacientes , embora poucos relatos mostrassem a
redução da carga viral em um número pequeno de casos.
A pesquisa por um tratamento segue a sua frenética busca de
droga realmente eficaz.No momento, 70 moléculas oficialmente , incluindo 15
antivirais , medicamentos de ação imunológica etc estão sendo avaliados.
O National Institutes of Health’s ClinicalTrials , lista mais de 100 investigações clínicas focadas no Covid-19
em todo mundo envolvendo instituições privadas , centros médicos etc , todos
centrados no entendimento de um provável “ponto fraco” do vírus.
Este extraordinário esforço , porém , não une forças
internacionais o que pode gerar uma contraprodutiva ação competitiva entre a
indústria de biotecnologia. A importância de estudos compartilhados é a troca
de informações de sucesso e fracasso : onde uma droga se mostrou promissora ou
não. Uma possibilidade de complementação ou sinergismo entre os pesquisadores.
A história de tratamentos miraculosos nos ensinou que quando
as pessoas ficam doentes se tornam propensas a aceitar quaisquer drogas sem
muito questionamento. Terapias como raízes , arsênico , suplementos etc foram
propagadas por charlatões através da história.
Numa situação emergencial, a atenção irá se voltar ,
naturalmente, para medicamentos já disponíveis. Mas precisamos solidificar as
evidências. O passado demonstra que várias drogas usadas de modo off-label ou
baseadas em tímidas respostas mais tarde mostraram causar mais danos do que
benefícios.
Um novo tratamento precisa superar vários obstáculos.Um
deles é o poder do efeito placebo : em estudos clínicos , participantes que
desconhecem se estão tomando a medicação
ou um comprimido sem nenhum componente químico podem apresentar
substancial melhora equivalente de até 80%. Este é um pequeno mistério de
recuperação não explicada nem duplicada em outros pacientes de estudos
diferentes.
As pesquisa de tratamentos devem nos conduzir por entre a realidade e medidas
objetivas de duas propriedades fundamentais: benefícios e danos.
Uma droga que mostre atividade contra o Covid-19 poderia se
mostrar muito tóxica piorando o quadro clínico. O simples argumento de reduzir
a “carga viral” pode ser válido, mas os benefícios ou danos podem depender de
quando se deveria utilizar a medicação no ciclo de infecção. Drogas para
pacientes com sintomas leves a moderados precisam ter mínima toxicidade.
Atingir o desafio de uma droga ideal requer que os passos
sejam dados de modo coerente e científico. O uso de produtos sem provação real
de beneficio e as suposições de extrapolamento de resultados parciais e não de
desfecho são meios inconsistentes e perigosos.Precisamos de transparênccia e
colaboração que embasem a confiança e não o achismo.
Precisamos de reais evidências.
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