domingo, 12 de abril de 2020

A irresponsabilidade e o COVD 19



COVID 19 e a irresponsabilidade governamental

Diversos especialistas avisaram a partir de 26 de Janeiro , quando o novo coronavírus se alastrava pela China , que o mundo deveria se preparar para a pandemia.
Já tínhamos evidências suficientes da sua propagação e das medidas que  , na ausência de uma vacina ou tratamento eficazes , se não tomadas criariam este triste cenário em que nos encontramos.

Não era preciso , na época , ter qualquer dom adivinhatório para saber que equipamentos de proteção, testes diagnósticos , capacitação hospitalar e distanciamento social seriam imprescindíveis. 

Paralelamente à letargia de muitos governantes pelo mundo , assistimos à desinformação embasada na política, ao descrédito na ciência , à teimosia da ignorância em relutar em realizar o combate ao vírus exatamente onde ele se encontra : disperso pela sociedade , livre para exercer sua mais característica missão que é o contágio.

Como teria sido vivida essa história atual se os protagonistas que tomaram decisões fragilizadas tivessem o espirito humanístico acima de sua burrice ou arrogância ¿

Estamos acuados pelo erro daqueles que nos governam e que hoje se posicionam com discursos inconvincentes ou que desviam o olhar da verdade para propagar ridículas posturas ou alardear tratamentos miraculosos.

Infelizmente nos restam 3 opções.

Continuar nos escondendo do furtivo inimigo em casa exaurindo nossas forças físicas e mentais até que surja uma vacina.

Abrir a guarda e encarar face a face o vírus enquanto explodem o numero de casos e óbitos na dita promoção da imunidade de rebanho (que ainda não sabemos se ocorre de fato após a infecção).

Ou se preparar rigorosamente expandindo a capacidade de identificação diagnóstica , promovendo a guerra fora do âmbito hospitalar.

Todas as opções , infelizmente , pelo estrago já feito no inicio do processo, terão que contar com uma excelência da saúde pública já tão sucateada .
Ainda teríamos tempo de corrigir os crassos erros. Um programa bem estruturado de rastreamento de pessoas infectadas poderia promover o devido isolamento de seus contactantes.O inimigo quando surpreendido é mais frágil.Diversos modelos têm demonstrado que o índice de transmissibilidade cai para menos de 1 na medida que o cerco de contágio se fecha. O vírus desaparece quando não mais encontra um hospedeiro suscetível para se multiplicar.

Porém ouviríamos a mesma desculpa : não temos exames suficientes....não temos verbas !
O Brasil , ao que me consta , não tem e nem nunca teve um plano de contingência para conter uma epidemia ou pandemia.
Desta vez , teve tempo para elaborar uma proposta ou adequar-se diante de experiência bastante exemplares do que já vinha acontecendo nos países asiáticos. Assistiu de modo letárgico ao trágico exemplo da Itália e Espanha . Começou a contar os casos e a propagar uma linguagem absolutamente setorial nas medidas de combate ao vírus.

O Ministério da Saúde alia-se ao seu pior garoto propaganda que personifica o mau exemplo de comportamento. Torna o problema um palanque para que governadores destilem campanhas politicas demagógicas . Expõe a crua realidade de hospitais de campanha como um grande negócio .

No entorno de tanto lixo administrativo o numero de mortes está se banalizando.
Olhamos passivamente em busca de um dia melhor , quando  “menos” pessoas irão morrer , significando uma trégua cansativa de um vírus que decidimos enfrentar , pelo culposo descaso dos que nos governam , entrincheirados nos hospitais.      

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