COVID 19 e a irresponsabilidade governamental
Diversos especialistas avisaram a partir de 26 de Janeiro ,
quando o novo coronavírus se alastrava pela China , que o mundo deveria se
preparar para a pandemia.
Já tínhamos evidências suficientes da sua propagação
e das medidas que , na ausência de uma
vacina ou tratamento eficazes , se não tomadas criariam este triste cenário em
que nos encontramos.
Não era preciso , na época , ter qualquer dom adivinhatório
para saber que equipamentos de proteção, testes diagnósticos , capacitação
hospitalar e distanciamento social seriam imprescindíveis.
Paralelamente à
letargia de muitos governantes pelo mundo , assistimos à desinformação embasada
na política, ao descrédito na ciência , à teimosia da ignorância em relutar em
realizar o combate ao vírus exatamente onde ele se encontra : disperso pela
sociedade , livre para exercer sua mais característica missão que é o contágio.
Como teria sido vivida essa história atual se os
protagonistas que tomaram decisões fragilizadas tivessem o espirito humanístico
acima de sua burrice ou arrogância ¿
Estamos acuados pelo erro daqueles que nos governam e que
hoje se posicionam com discursos inconvincentes ou que desviam o olhar da
verdade para propagar ridículas posturas ou alardear tratamentos miraculosos.
Infelizmente nos restam 3 opções.
Continuar nos escondendo do furtivo inimigo em casa
exaurindo nossas forças físicas e mentais até que surja uma vacina.
Abrir a guarda e encarar face a face o vírus enquanto
explodem o numero de casos e óbitos na dita promoção da imunidade de rebanho
(que ainda não sabemos se ocorre de fato após a infecção).
Ou se preparar rigorosamente expandindo a capacidade de
identificação diagnóstica , promovendo a guerra fora do âmbito hospitalar.
Todas as opções , infelizmente , pelo estrago já feito no
inicio do processo, terão que contar com uma excelência da saúde pública já tão
sucateada .
Ainda teríamos tempo de corrigir os crassos erros. Um
programa bem estruturado de rastreamento de pessoas infectadas poderia promover
o devido isolamento de seus contactantes.O inimigo quando surpreendido é mais
frágil.Diversos modelos têm demonstrado que o índice de transmissibilidade cai
para menos de 1 na medida que o cerco de contágio se fecha. O vírus desaparece
quando não mais encontra um hospedeiro suscetível para se multiplicar.
Porém ouviríamos a mesma desculpa : não temos exames
suficientes....não temos verbas !
O Brasil , ao que me consta , não tem e nem nunca teve um
plano de contingência para conter uma epidemia ou pandemia.
Desta vez , teve tempo para elaborar uma proposta ou
adequar-se diante de experiência bastante exemplares do que já vinha acontecendo
nos países asiáticos. Assistiu de modo letárgico ao trágico exemplo da Itália e
Espanha . Começou a contar os casos e a propagar uma linguagem absolutamente
setorial nas medidas de combate ao vírus.
O Ministério da Saúde alia-se ao seu
pior garoto propaganda que personifica o mau exemplo de comportamento. Torna o
problema um palanque para que governadores destilem campanhas politicas
demagógicas . Expõe a crua realidade de hospitais de campanha como um grande
negócio .
No entorno de tanto lixo administrativo o numero de mortes
está se banalizando.
Olhamos passivamente em busca de um dia melhor , quando “menos” pessoas irão morrer , significando uma
trégua cansativa de um vírus que decidimos enfrentar , pelo culposo descaso dos
que nos governam , entrincheirados nos hospitais.
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