As medidas restritivas de quarentena , distanciamento social
, escolas fechadas etc para reduzirem a velocidade de transmissão do Covid-19 estão
comprovadamente funcionando ao ponto de estudos de projeção de mortalidade nos
USA alterarem a previsão de 100 mil óbitos (até Agosto 2020) para 60 mil com adoção das mesmas.
Mas nos posicionamos num novo dilema : qual (ou quais) ,
especificamente , das medidas tem reduzido de fato a transmissão?
Isso é de vital importância pois implica na forma como devemos
agir para flexibilizar o isolamento e possibilitar um retorno garantido às
nossas atividades normais reoxigenando a economia.
A epidemiologia ensina que o numero de casos causados por
cada pessoa infectada (chamado de quoeficiente de transmissibilidade ou Re )
cai substancialmente quando se adotam as medidas de contenção.Um exemplo claro
foi observado recentemente na cidade de Seattle. Pesquisadores do Institute for
Disease Modeling calcularam que em Fevereiro o Re poderia estar entre 2.7 a 3.5
com casos de transmissão bastante acelerada. Após a adoção da quarentena o índice
caiu para 1.4 em menos de um mês de implantação. Isso significa que hoje o
número de casos poderia estar 3 vezes maior.
11 países europeus foram estudados pelo Imperial College
London antes e depois da instalação das medidas de contenção.O Re caiu de 3.87 para
1.43.Isso pode ter evitado até cerca de 120 mil
mortes.
A proposta final é chegar ao Re de 1 (ou menos) onde a pandemia
terminaria.
Recentemente,projeções feitas na Columbia University ,
avaliaram a sobrecarga e saturação dos serviços de saúde analisando-se diversos
cenários de queda na transmissibilidade do COVID. Modelos de redução de 20%,
30%, ou 40% nos índices de infectividade apontaram que a maior redução ( 40%) poderia evitar até 185
mil mortes nos USA.
Alguns estudos vêm se propondo a avaliar o impacto de cada
medida. O site medRxiv publicou um trabalho onde os autores concluem que a “pandemia
pode rapidamente ser controlada com uma combinação de testes, tratamentos(se
disponíveis) e isolamento de pacientes positivos além de proteção social com
higiene das mãos e máscaras.
Quando o número de Re é alto (ex : em Seattle), 65% de distanciamento social efetivo leva o quoeficiente para menos de 1. Mas se o distanciamento for somente 20% efetivo também é possível
chegar a menos de 1 se 75% das pessoas infectadas forem identificadas e
isoladas dentro das primeiras 12 horas de sintomas.
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