Na contemporaneidade,estamos mudando nosso enfrentamento do
luto. As notícias compartilham os fatos e as redes sociais amplificam a
repercussão, mas os sentimentos mais profundos de tristeza e pesar
freqüentemente são mantidos em sigilo.A COVID 19 tem nos afastado do momento de
pesar,dos rituais de despedida.Não nos reunimos mais em torno de alguém significante
em nossas vidas.
Em um distanciamento social, o luto da comunidade não é
menos necessário do que antes, mas pode assumir novas formas agora. Em uma
época como agora, as emoções costumam vir mais fortes, ou mais erráticas, ou em
novas formas. Espera-se daqueles que estão sofrendo - e isso é quase todo mundo
hoje em dia – que possam sentir emoções mais fortes e inesperadas do que antes.
Essas emoções são o que nos torna humanos.
A coisa mais poderosa sobre uma vela não é a luz - é que uma
vela pode acender outra vela. Uma vela é social. Uma vela é viral. Uma vela
contém por si mesma fogo suficiente para iluminar uma sala e contrariar o céu
noturno.
Ainda somos seres encarnados e, embora não possamos
literalmente acender as velas uns dos outros no espaço físico, pode ser útil
introduzir algumas ações físicas. Isso inclui acenar e abraços virtuais,
colocar a mão no coração, segurar velas um para o outro. O luto é uma
experiência muito física, e encontrar maneiras de usar nossos corpos enquanto
mantemos o espaço digital pode ser uma maneira de trabalhar com esse lado
físico da experiência emocional.
A vida
inevitavelmente leva à morte, e é nessa percepção que temos oportunidades de
avaliar como vivemos hoje, como cuidamos uns dos outros. A morte nos lembra da
preciosidade e do caráter único da vida.
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