domingo, 11 de abril de 2021

Um novo luto

 

Na contemporaneidade,estamos mudando nosso enfrentamento do luto. As notícias compartilham os fatos e as redes sociais amplificam a repercussão, mas os sentimentos mais profundos de tristeza e pesar freqüentemente são mantidos em sigilo.A COVID 19 tem nos afastado do momento de pesar,dos rituais de despedida.Não nos reunimos mais em torno de alguém significante em nossas vidas.

Em um distanciamento social, o luto da comunidade não é menos necessário do que antes, mas pode assumir novas formas agora. Em uma época como agora, as emoções costumam vir mais fortes, ou mais erráticas, ou em novas formas. Espera-se daqueles que estão sofrendo - e isso é quase todo mundo hoje em dia – que possam sentir emoções mais fortes e inesperadas do que antes. Essas emoções são o que nos torna humanos.

A coisa mais poderosa sobre uma vela não é a luz - é que uma vela pode acender outra vela. Uma vela é social. Uma vela é viral. Uma vela contém por si mesma fogo suficiente para iluminar uma sala e contrariar o céu noturno.

Ainda somos seres encarnados e, embora não possamos literalmente acender as velas uns dos outros no espaço físico, pode ser útil introduzir algumas ações físicas. Isso inclui acenar e abraços virtuais, colocar a mão no coração, segurar velas um para o outro. O luto é uma experiência muito física, e encontrar maneiras de usar nossos corpos enquanto mantemos o espaço digital pode ser uma maneira de trabalhar com esse lado físico da experiência emocional.

 A vida inevitavelmente leva à morte, e é nessa percepção que temos oportunidades de avaliar como vivemos hoje, como cuidamos uns dos outros. A morte nos lembra da preciosidade e do caráter único da vida.

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