Seleção natural é uma força poderosa. Em circunstâncias que ainda não estão bem claras , o vírus se adaptou a um morcego e depois ao ser humano. O resultado foi sua disseminação pelo mundo. Agora, em duas formas independentes mas coincidentes, o vírus se modifica criando variantes que podem se tornar sua forma dominante.
O conhecimento desta mudança veio no inicio de Dezembro. No Reino Unido,pesquisadores do Covid-19 Genomics uk Consortium (cog-uk) publicaram a sequência genética da variante b.1.1.7,aventando a possibilidade que esta serias 67-75% mais transmissível.
Na Africa do Sul , Salim Abdool Kalim, epidemiologista já havia relatado a variante 501.v2 ,responsável por 90% dos novos casos de covid-19 no páis.
O Reino Unido anunciou uma restrição ainda maior das medidas de isolamento e diversos países impuseram limites ou vetaram võos provenientes da Inglaterra. Tarde demais. Ela já se espalhou para vários países,inclusive o Brasil.
Biólogos evolucionistas descrevem um "sucesso" em termos de adaptação do vírus — que se torna mais contagioso (aumenta sua chance de sobrevivência) ao invés de mais letal ( o que reduziria).
Hoje é provável que esta variante responda por 90% dos novos casos em Londres.
Algumas questões , porém , terão que ser respondidas : a primeira é se esta variante manterá a sua predominância. A segunda é quais circunstâncias proporcionaram seu surgimento. A terceira é se o vírus não irá tornar-se resistente às vacinas.
A b.1.1.7 mostra diferenças importantes da versão original do Sars-cov-2.Principalmente na proteína spike.
O que foge aos padrões normais de mutação é que esta variante tem 17 mudanças genéticas.Isto é consideravelmente alto.
A b.1.1.7 pode ser a consequência de um processo evolutivo que aconteceria em uma populçao especial : algumas pessoas desenvolvem uma infecção crônica pelo covid-19 pois seu sistema imune não trabalha adequadamente para clarear o vírus. Elas seriam um reservatório para o novo vírus permitindo a sua multiplicação. Alguns destes pacientes recebem tratamento com plasma de convalescentes. Este é um soro obtido de pessoas que se recuperaram do covid , e portanto teriam anticorpos contra o sars-cov-2.Mas essa administração de um"coquetel" de anticorpos poderia promover uma forte pressão seletiva resultando em chance de mutação.
Darwin explica.
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