Talvez já possamos afirmar que a COVD 19 é também uma doença cardíaca.
Quando o SARS-CoV-2 foi colocado em contato com células cardíacas humanas em laboratório, as longas fibras musculares que mantêm o batimento cardíaco foram fragmentadas em pequenos pedaços, criando um enorme alarme entre os cientistas da San Francisco- Gladstone Institutes, que estudavam autópsias de pacientes falecidos por complicações do COVID 19.
Esta experiência pode explicar porque algumas pessoas ainda sintam falta de ar após a infecção desaparecer e implica em questionamentos sobre a evolução a longo prazo da doença.
Bruce Conklin, um co autor do estudo, disse que a "carnificina" vista nestas células humanas nunca foi antes descrita em outras patologias. Segundo ele , " parece que as fibras tinham sido fatiadas cirurgicamente "
Outro achado misterioso foram verdadeiros "buracos negros" observados nas células onde deveria haver a presença do DNA no nucleo , deixando uma aparência de uma concha vazia.
Os cientistas avaliaram 3 tipos de células presentes no coração humano: cardiomiócitos, fibroblastos cardíacos e células endoteliais. Somente os cardiomiócitos — células musculares — mostraram sinais de infecção viral que se disseminava para para as células musculares adjacentes.
O dano celular e do DNA causado pela infecção poderia explicar os achados precoces de prejuízo cardíaco assim como os relatos de astenia em pacientes que demoram para se recuperar de quadros leves ou moderados de COVID 19.
As consequências desse prejuízo celular a longo prazo´são preocupantes. Células cardíacas , diferentemente de hepáticas , não se regeneram. Estudos na Alemanha mostraram que em 39 autópsias de idosos e 100 exames de ressonância magnética de pacientes jovens que tiveram infecção leve por COVID , foram observadas alterações cardíacas.
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