Durante a pandemia foi possível constatar uma redução da
inteligência coletiva do Brasil. O país foi governado através de um comportamento
idiota .Como se fazem nas ditaduras.
Quando o país é comandado por pessoas tão tacanhas, a
tendência é o rebaixamento geral do nível cognitivo da sua população. Fomos
obrigados a retomar debates passados, alguns situados na Idade Média, ou no
século 19, como se fossem novidades : o terraplanismo, a resistência à
vacinação, medidas básicas de segurança sanitária, pautas morais entendidas
como questões de Estado, além do descaso com o meio ambiente.
Quando entramos nesse tipo de debate entre nós, ou com as
“autoridades”, é como se voltássemos da pós-graduação às primeiras letras do
curso elementar. Somos forçados a recapitular consensos estabelecidos há
décadas, como se nada tivéssemos aprendido.
É como forçar cientistas a provar de novo a esfericidade da
Terra ou a demonstrar a eficácia da vacinação.É muita regressão e ela nos atinge.
De repente, nos surpreendemos discutindo o óbvio, gastando tempo com temas
batidos e desperdiçando energia arrombando portas abertas séculos atrás na
história da humanidade. Além da luta política para tornarmos o país mehor,
existe uma luta particular e que depende de cada um de nós: a luta para não
emburrecer : manter a lucidez e a inteligência através da leitura de bons
autores e da escrita,manter viva a sensibilidade pela conversa com pessoas
normais e pela boa música, contrabalançar a barbárie proposta pela vida diária
e pelas redes sociais.
Provavelmente, o que leva a esse rebaixamento é o ódio e o
ressentimento por levar as pessoas a se sentirem, no fundo, perdedoras, e ter
de encontrar bodes expiatórios para culpá-los. No modus operandi da ignorância atravessamos a
pior crise da nossa história. O país não só perdeu quase 700 mil vidas.Vimos a
estupidez ser comemorada , o humanismo ser nivelado à superficialidade , a
retórica eleitoreira ser fundamentada numa pretensa proteção econômica.
O legado desta pandemia é um pais analfabeto.
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