Uma questão recorrente na pandemia pelo SARS Cov2 é : quem foi infectado desenvolverá imunidade e por quanto tempo ela persistiria ?
Não muito tempo...sugere um novo estudo publicado no dia 18 de junho de 2020 na revista Nature Medicine. Anticorpos — proteínas protetoras geradas de uma resposta à infecção —podem durar somente 2 a 3 meses, especialmente em pessoas que não desenvolvem sintomas.
A conclusão não necessariamente significa que pessoas infectadas possam ser novamente sujeitas a uma nova infecção. Mesmo baixos níveis de anticorpos neutralizantes podem ser protetores.
Esses resultados lançam um alerta sobre a questão do "passaporte de imunidade" , uma espécie de certificado de segurança para pessoas que já se recuperaram da doença.
Anticorpos contra outros coronavírus, SARS e MERS, provaram persistir por , no mínimo , um ano.O novo estudo é o primeiro a caracterizar a resposta imune em pacientes assintomáticos.
Foram comparados 37 pacientes assintomáticos a um igual número de sintomáticos em Wanzhou na China. Os investigadores observaram que pessoas sem sintomas tiveram uma mais fraca produção de defesa contra o vírus. Os níveis de anticorpos caíram a valores indetectáveis em 40 % dos assintomáticos, comparado com 13 % nos sintomáticos.
O estudo envolveu uma amostra pequena de avaliações e os pesquisadores também não levaram em conta a proteção oferecida por células imunes que também combatem o vírus (outros estudos têm mostrado que o coronavírus estimula uma forte e protetora resposta imune celular)
Além das células T, capazes de destruírem o vírus, pessoas infectadas também produzem as chamadas células B de memória, que podem estimular a rápida produção de anticorpos quando necessário (por exemplo numa reinfecção).
No estudo, anticorpos contra uma proteína viral caiu abaixo dos níveis de detecção mas um segundo tipo de anticorpos - contra a proteína S do vírus , necessários para a sua neutralização e prevenir a reinfecção ,estava presente.
Um outro estudo , publicado na Nature, sugere que mesmo níveis baixos de anticorpos possam ser suficientes para proteger contra uma nova exposição.
Entre 20 a 50 % de infectados podem nuncar apresentar sintomas. Cerca de um terço dos assintomáticos podem apresentar alterações na tomografia de tórax chamadas de "padrâo vidro fosco" , muito comum para o Covid-19. O estudo também mostrou que estes eliminam o vírus e por mais tempo dos que têm sintomas.Isto é desafiador porque na verdade sugere que pacientes sem sintomas transmitiriam por mais tempo.
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