quinta-feira, 11 de junho de 2020

Ainda sobre imunidade ao coronavírus



A questão essencial depois de 6 meses de pandemia ainda está para ser respondida : produzir anticorpos contra o coronavírus significa estar protegido de uma nova infecção ?
Sabemos que uma infecção inicial vai levar a um determinado grau de imunidade por algum período de tempo. Mas não sabemos quais tipos de anticorpos,células e outros marcadores realmente significam proteção. Deteminar esse nível de proteção é crucial para o entendimento de risco de adoecimento e também para o conhecimento do potencial benefícios das vacinas em termos de eficácia e tempo de atuação na defesa imunológica.
O conhecimento da correlação de proteção é diferente do conhecimento do mecanismo de proteção.A imunidade é resultado de uma interação de diferentes proteínas e células variando bastante de acordo com cada patógeno.
A ciência não precisa , necessariamente , de um pleno entendimento nesse sentido para progredir na produção de vacinas.Atualmente mais de 100 vacinas vêm sendo estudadas.Uma forma de avançar nesse sentido é,por exemplo, estudando a maneira como os outros coronavírus atuam na resposta imunológica.
Os experts afirmam que a chave é testar vacinas em larga escala e não somente aprová-las baseado em correlação de proteção , num primeiro momento. Apenas estudos clínicos demonstram se uma vacina diminui o risco de infecção.
Para estudar as correlações de proteção, a ciência está avaliando pessoas recuperadas do  Covid-19 para mapear as defesas geradas pelo sistema imune. Nas útrimas semanas foram descritos diversos tipos de anticorpos produzidos com efeitos contra proteínas - chave do vírus , em quase todos os pacientes que tiveram a doença de forma leve ou grave. Isso é um sinal positivo e um tipo de anticorpo , chamado neutralizante, em quantidades suficientes é relacionado à proteção por , no minimo , um período de tempo.
Para confirmar que uma pessoa que se recuperou da infecção está protegida e por quanto tempo será necessário acompanhá-la e ver o que acontece se ela for exposta ao vírus novamente.Essa pesquisa pode ser focada em profissionais de saúde que possuem maior risco.Em animais isso também é possível de ser feito.Experiências com macacos rhesus estão em andamento : animais que geraram anticorpos neutralizante pela infecção ou pela vacina e o fizeram com produção alta de anticorpos mostraram maior proteção quando inoculados com o vírus em laboratórios. Essa é a maior evidência que altos títulos de anticorpos neutralizantes seriam de fato protetores.

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