Com um cenário político e social caótico, um presidente negacionista e negligente e incertezas sobre a chegada de uma vacina para a covid-19, chegamos ao fim de 2020 sem saber se o pior da pandemia - e da crise econômica associada à ela - já passou no país.
Entre os países emergentes, nenhum gastou tanto com auxílios como o Brasil.. E com esse auxílio emergencial, que chegou a 67 milhões de brasileiros (um absurdo que estava invisivel), um terço da população, "a taxa de pobreza foi para o menor nível da historia documentada, depois de todos os índices terem piorado muito entre 2014 e 2019, os anos de grande recessão dos pobres." Com isso, 15 milhões de pessoas saíram da pobreza, comparado com 2019. A pirâmide de distribuição de renda nunca foi tão boa quanto em setembro de 2020.
Só que o auxílio caiu pela metade, a partir de setembro, e com isso a pobreza aumentou 17% em um único mês. Ou seja , uma parte das pessoas que tinham saído da pobreza já voltaram.
Agora, diante do agravo da pandemia, os caixas do governo já estão vazios, deixando a situação fiscal do Brasil deteriorada, com uma dívida bruta de mais de 90%. E ainda não há nada ,como sempre , anunciado para substituir o auxílio emergencial, que se encerra em dezembro.
O Brasil de 2021 é uma verdadeira era das incertezas máximas.
É muito provável que quanto mais as eleições de 2022 se aproximam, mais radical o presidente tende a ficar, nas suas paranóias e idiotices banais. O caso da vacina contra o coronavírus é emblemático. Ele fala em união num dia, e grita contra a vacina no outro. Com isso, tenta dar sustento aos dois grupos que são importantes para seu plano de reeleição: a grande massa do povo, e os setores radicalizados do bolsonarismo.
As tarefas para 2021 serão difíceis.Estamos lidando com um governo muito ruim, sem qualidade, sem capacidade de articulação, sem generosidade para com a sociedade. O Brasil está na UTI com seus ministérios da saúde , educação e meio ambiente.
O governo deixou de lado o governar, não governou e tentou compensar essa falta de governança com uma exacerbação do discurso ideológico.
A dúvida da vacina
Para um ano de 2021 melhor que 2020, muito depende do sucesso da vacina no Brasil. Num ritmo de mais de 800 mortes por dia, o Brasil se aproxima, atualmente, de 200 mil óbitos por covid-19.
O Brasil tinha tudo para ser, provavelmente, o primeiro país da América Latina a vacinar sua população inteira, pois tem um dos melhores programas de imunização do mundo, e nós sabemos fazer vacina e sabemos fazer campanha de vacinação..A grande surpresa foi ver que o atual governo realmente conseguiu atrapalhar até o que a gente tinha de melhor, por falta de planejamento, por falta de gestão e por interesse político.
O Brasil começa 2021 com uma superestrutura para a vacinação, mas sem vacina.Não foram feitos acordos internacionais em números suficientes para garantir o número de doses necessárias para vacinar uma população tão grande como a nossa.
Provavelmente não vamos conseguir vacinas toda a população em 2021.
Não houve motivação e compromisso politico, e não houve - até este momento - uma conscientização da gravidade da situação. Nem pelo governo federal e nem por grande parte da população.
O pior já passou ?
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