domingo, 30 de agosto de 2020

uma corrida nada científica em busca de uma vacina contra o COVID 19

 


Estamos em busca de uma vacina para COVID-19,mas precisamos de uma que seja não somente eficaz, mas tambem segura.

Vacinas são uns dos produtos médicos de maior segurança.Isso acontece por causa do intenso rigor empregado durante os ensaios clínicos que testam sua segurança e eficácia. No caso do COVID , podemos acelerar muito o processo mas não podemos pular etapas fundamentais.

No momento (Agosto 2020) 9 vacinas estão na fase 3 dos testes. Ou seja , o momento em que se determina a proteção e os efeitos colaterais mais comuns. Somente após os resultados podemos atestar sua real segurança e mesmo assim efeitos adversos raros podem passar desapercebidos

Infelizmente existe um grande risco de governantes priorizarem a política no lugar da saúde pública, aprovando uma vacina ineficaz ou insegura – sem uma avaliação rigorosa dos dados da Fase 3.

Isso já aconteceu na China com a aprovação da vacina da Cansino e na Rússia com a Sputnik V.

Nos EUA, Trump precisa de uma vacina antes das eleições de novembro e a pressão para a aprovação  antes de terminarem a Fase 3 é grande. O FDA anunciou uma reunião "extra" em outubro p rever dados de uma vacina q está ainda na metade da Fase 3.Isso é sintomático e danoso.

Nos últimos dias temos visto promessas como essa aqui no Brasil. Para aqueles que conhecem o processo de testagem/distribuição de uma nova vacina sabem q isso é impossível - a menos q etapas importantes na testagem da vacina estejam sejam puladas.

A industria produtora de vacina sabe que a primeira que receber aprovação vai sair na frente. Para politicos isso rende bastante votos.

Para a ciência , liberar uma vacina com dados incompletos de Fase 3 seria desastroso. Quais seriam os riscos? As primeiras vacinas não serão necessariamente as melhores – são as mais fáceis e rápidas de produzir. Muitas das plataformas das vacinas em desenvolvimento são tecnologias novas, não testadas anteriormente em nenhuma outra. Isso requer um rigor de segurança ainda maior.Os possíveis efeitos adversos de uma vacina p COVID sem passar por todos os testes de segurança são inúmeros. Um dos mais importantes é o risco da vacina produzir um tipo de reação imune q torna uma exposição subsequente ao vírus mais perigosa.

Essa primeira vacina será administrada a milhões de pessoas.Mesmo um efeito adverso grave raro - 1/10.000 - em 1 bilhão de pessoas vacinadas, serão 100.000 pessoas afetadas. Não podemos correr esse risco.

Vacinas já nos salvaram de vários flagelos como sarampo, polio e varíola. Vacinas salvam no mínimo 3 milhões de vidas/ano!  Liberar a vacina precocemente pode diminuir a confiança do público, alimentar o movimento anti-vacina e comprometer os programas de imunização.


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