Este é o nosso mundo , o legado que teima em persistir. Nos posicionamos complacentes em filas com espaço de 2 metros ; nos comunicamos com nossos pais idosos ou avós à distância enquanto deixamos algumas compras estratégicamente em suas portas ; nos distanciamos o máximo que nossa mobilidade permite ; sempre precisamos encontrar uma máscara antes de sair de casa.
Fotografias de escolas que tentam reabrir na França mostram crianças separadas por uma demarcação no chão delimitando um espaço que elas absolutamente não reconhecem.
Abraços ou aproximações são proibitivos.Um simples toque fisico é censurado imediatamente.Este é o cenário que as crianças estão vivenciando do relacionamento entre cada um e com a sociedade.
E ainda temos as possibilidades incertas dos casamentos , funerais , aniversários que inverteram seus papéis de congraçamento para um distanciamento.Quem imaginaria um futuro com este espectro de distopia ? Qual ficção científica ousou chegar próxima deste cenário ?
Enquanto o páis escolhe o caminho do descontrole da epidemia , os números enfraquecem na sua tarefa de comoção , o exercício do egocentrismo impede que as medidas tomadas por muitos se dissolvam na inutilidade , não estamos compreendendo o mais grave : o legado da pandemia será incalculável.
Poucos têm se voltado para a sequela inmensurável desta sociedade que está se formando. Reclusa na sua redoma de incertezas e temerária do outro.
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