domingo, 11 de junho de 2017

Eu não te amo


Estamos , muitas vezes reféns do cotidiano.Sem tempo para refletir a dimensão do outro , sua singularidade.Vivemos um tempo de ruptura de relacionamentos reais.Um tempo de urgências.Um tempo de perdas do tempo de olhar , tocar e sentir.

As informações , na maioria das vezes , vêm prontas e reproduzidas de modo instantâneo , fadadas a fulgurar e morrer.
As relações se tornam superficiais , velozes e efêmeras.
A felicidade é ensaiada , postada e precisa ser curtida para ser validada.
O individualismo , gradativamente , desrespeita o outro.Relacionamentos se tornam imediatos.A reciprocidade e a generosidade perdem significado diante do " eu " exigente e insaciável.
As redes sociais constroem a facilidade para o encontro de pessoas mas são usadas para a satisfação do ego.Servem de escudo para que se esconda o verdadeiro.Servem de espelho para mostrar as vaidades .

Conviver e viver um relacionamento gera conflitos e questões que não são vividas por aqueles que só mostram as suas máscaras.Lidar com a realidade de pessoas reais é muito diferente da fantasia daqueles que só espelham sua perfeição.
Viver a dificuldade de uma relação fragmentada é tentar consertá-la.Não trocá-la.Nem testá-la.Esse é o verdadeiro amor.

A superficialidade do que alcançamos se estende às pessoas que , supostamente , conhecemos.
Como entender um status frequentemente postado  : " em um relacionamento sério "  ???
Existem relacionamentos que não sejam sérios ?...Supõe-se que sim. Muitos.

O amor no tempo do imediatismo não existe

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