quinta-feira, 8 de junho de 2017

Alzheimer


As melhorias nos cuidados`a saúde ocorridas nas últimas décadas contribuíram para uma maior expectativa de vida.Existe uma projeção que em 2050 tenhamos 2 bilhões de pessoas vivendo no mundo com mais de 60 anos.Essa conquista é acompanhada por uma preocupação sobre a incidência de doenças demenciais.

A demência é crônica e progressiva e afeta diversas funções cerebrais , incluindo a memória , raciocínio , aprendizado e julgamento.Esses déficits cognitivos são normalmente seguidos de deteriorização no contexto emocional e no comportamento social.
60 a 70% dos casos de demência são atribuídos ao mal de Alzheimer.Achados científicos recentes mostram que alterações leves já podem ser notadas 10 anos antes do estabelecimento do diagnóstico definitivo.A doença ainda é incurável.O avanço na evidência genética dos genes envolvidos na sua patologia poderá ajudar no diagnóstico precoce e talvez numa terapia mais eficaz.

A prática da medicina exige que nos aprofundemos nos aspectos clínicos das doenças.Tal conhecimento , no entanto , é insuficiente no caso das doenças demenciais.Nos sobram então os desafios de lidar com as abordagens éticas diante do fardo pesado que domina o paciente e seus familiares.
A autonomia do doente está completamente prejudicada.Esta perda amplia a necessidade de um exclusivo e permanente cuidado.Nem sempre fica claro se os familiares estão aptos a assumirem esta responsabilidade.Quais são as reais carências e desejos ?

A perda irreversível da autonomia é um desafio pois a imagem e identidade de cada paciente estarão alteradas e esta " nova " pessoa é totalmente dissociada da biografia familiar.

No universo do sofrimento da doença de Alzheimer é recomendável que atitudes humanitárias sejam a regra na tríade médico - paciente - família.Há uma linha tênue nesse cenário que pode transformar solidão em solidariedade.
O respeito pela dignidade é o conceito primário para exercer o cuidado indispensável à pouca qualidade de vida desses pacientes

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