segunda-feira, 30 de agosto de 2021

reações colaterais vacina COVID 19

 

Com o aumento no numero de imunizações cresce , também , os relatos de efeitos colaterais associados à vacina. Entre esses , formação de coágulos sanguíneos (em artérias e veias)com desfechos que variam de quadros leves a graves.

Há relatos raríssimos de tromboses venosas incomuns, como no cérebro ,no abdomen (veias esplênica e porta) e até embolia pulmonar . Esses eventos sâo observados em especial após a vacina da Astra Zeneca, mas há casos relatados após vacina da Janssen ( que apresentam a mesma plataforma vacinal ).

Existe uma situação denominada de Trombocitopenia Trombótica Induzida por Vacina (em inglês VITT) que vem sendo descrita desde junho passado, um evento raro, mas digno de nota.

Qualquer vacina pode causar efeitos colaterais em algumas pessoas. A grande maioria são de reações no local da injeção e de sintomas gerais parecidos com um estado gripal(febre, fadiga, dor de cabeça, calafrios, mialgia, etc). Essas reações decorrentes da resposta imune à vacina não são graves e são comuns, geralmente resolvendo em poucos dias. É importante descartar a doença Covid pois o quadro clínico é bem semelhante caso os sintomas persistam por mais do que 48 horas.

O melhor local para pesquisa de relatos sobre os efeitos das vacinas é o sistema de notificação do Reino Unido: o Yellow Card.

Até 18 de agosto,foram aplicadas 49 milhões de doses da Astra Zeneca e 38 milhões da Pfizer (incluindo 1ª e 2ª doses).O Reino Unido recebeu notificação de 417 casos de eventos tromboembólicos (coágulos sanguíneos) com trombocitopenia (diminuição de plaquetas) após administração da vacina Astra Zeneca. A mortalidade geral foi de 72 mortes, seis casos registrados após a 2ª dose.

Mas vou traduzir os números de uma maneira que se possam analisar os riscos / benefícios :

 

1a dose: incidência geral de 15 casos por milhão.

20,8 casos/milhão para 18-49 anos

10,9 casos/milhão para > 50 anos

2a dose: incidência geral de 1,8 casos por milhão.

0,9 caso por milhão para 18-49 anos

1,8 casos por milhão para > 50 anos

 

Ambas incidências são baixíssimas, sendo muito mais rara após a 2a dose.

Quais são os sinais de alerta? Dor de cabeça persistente, grave e intensa. Sintomas neurológicos focais e convulsões .Dores / edema de membros inferiores.Dispnéia e dor torácica (embolia pulmonar, infarto).or abdominal (trombose de veias abdominais)

Importante frisar que o fato de alguém ter condições prévias de trombose venosa , trombofilia, câncer etc não devem ser considerados fatores de risco para o desenvolvimento da VITT, levando em consideração o mecanismo do processo que é auto-imune.

O diagnóstico deve ser suspeito/confirmado com : história de vacina ha 4 - 52 dias.Contagem de plaquetas < 150 mil/mm3. Exame de D-dímero elevado ( > 4 x o valor normal ).exames de imagem(Doppler, tomografia, etc) e dosagem de fator antiplaquetário 4 (anti-PF4) teste ELISA

Sempre surgem perguntas ao se abordar este assunto : Então.... vale a pena se vacinar? Não é arriscado? Não é melhor contrair a doença e se imunizar naturalmente?

A resposta é : NÃO!!!

Um estudo de casos feitos com cerca 30 milhões de vacinados na Inglaterra ajuda na explicação.É possível calcular o risco relativo de incidência do desfecho após a exposição (vacinação ou contração de doença) em comparação com o período em que os mesmos indivíduos não estão expostos.

Quais os resultados para vacina da Astra Zeneca?

 

Risco de desenvolver plaquetas baixas (8 a 14 dias):

Para vacina: 33% maior

Para COVID-19: 430% maior

 

Para desenvolver trombose venosa (8 a 14 dias):

Para vacina: 10% maior

Para COVID-19: 1.290% maior

 

Risco de desenvolver trombose arterial (8 a 14 dias):

Para vacina: 2% maior

Para COVID-19: 350% maior

 

Para desenvolver trombose venosa cerebral (8 a 14 dias):

Para vacina: 300% maior

Para COVID-19: 1.243% maior

 

Risco de desenvolver infarto cardíaco (8 a 14 dias):

Para vacina: sem aumento de risco

Para COVID-19: 400% maior

 

Para desenvolver outras tromboses raras (8 a 14 dias):

Para vacina: 21% maior

Para COVID-19: 460% maior

No mais...o risco de formar coágulos se uma mulher usa anticoncepcional oral aumenta de 200 a 800% .Estima-se que 300 a 400 mulheres dos EUA morram anualmente devido o uso de ACOs. Ainda assim, o consumo continua elevado, apesar dos riscos.

O que isso tudo significa?

Para cada 10 milhões de vacinações, houve 66 tromboses relacionadas.

Para cada 10 milhões de casos de COVID-19, houve 12.614 tromboses e 1.699 derrames cerebrais.

 

sábado, 28 de agosto de 2021

entendendo percentuais

 


Terceira dose

 

Quanto tempo dura a imunidade produzida após a vacina conta a Covid-19?

É algo que todos nós gostaríamos de saber, mas é uma pergunta ainda sem resposta.

Existem algumas evidências de que a imunidade diminui , a partir do sexto mês da imunização, especialmente contra a variante delta. Um estudo, ainda não revisado de pesquisadores israelenses,mostrou que o risco de infecção é significativamente maior entre as pessoas que foram vacinadas no início da campanha de vacinação ( em Israel ela começou em Dezembro de 2020).

Mas há uma opinião entre especialistas de que a terceira dose não deva ser priorizada enquanto a imunização completa não tiver terminado em toda a população. Apesar de cerca de 35 milhões de doses das vacinas covid-19 serem administradas todos os dias, apenas 1,3% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose. Pouco menos de um terço (32%) da população mundial tomou pelo menos uma dose e apenas um quarto (24%) tomou duas.

A Organização Mundial da Saúde pediu cautela sobre doses adicionais até pelo menos o final de setembro, para permitir que um mínimo de 10% da população de cada país seja vacinada. Discute-se se este percentual será realmente atingido até lá.

Muitos países de renda alta e média têm discutido uma terceira dose como uma forma de garantir que as pessoas permaneçam protegidas contra novas variantes do SARS-CoV-2 com a aproximação dos meses de inverno no hemisfério norte. Em Israel, mais de um milhão de pessoas receberam uma terceira dose da vacina Pfizer depois que o governo iniciou sua campanha de reforço dirigida a pessoas com mais de 60 anos. A Turquia começou a administrar doses de reforço em julho para profissionais de saúde e pessoas com mais de 50 anos. O país, que usa as vacinas Sinovac e Pfizer, agora também está permitindo que as pessoas que receberam a vacina Sinovac também recebam a vacina Pfizer . Uma iniciativa semelhante está sendo implementada no Uruguai, onde cidadãos que receberam a vacina Sinovac estão recebendo uma dose da vacina Pfizer para aumentar sua resposta imunológica.

Espera-se que os EUA distribuam a terceira dose para a maioria dos adultos a partir de 20 de setembro,recomendada para ser administrada oito meses após a segunda. Profissionais de saúde, residentes de asilos e idosos que receberam as vacinas precocemente serão priorizados para o reforço.O Brasil planeja a terceira dose a partir de 15 de Setembro iniciando com idosos acima de 80 anos e pessoas com imunodeficiências.

Será que precisaremos de vacinas atualizadas anuais?

Esta é certamente uma possibilidade.Provavelmente precisaremos de uma nova dose anual por um tempo. . . Depende apenas da duração da proteção. O vírus sofre mutação,mas não muda tanto ou tão rapidamente quanto o vírus da gripe.

Fica o debate ético num mundo cada vez mais desigual. Vacinas estão sobrando e vencendo a validade nos EUA e Canadá. Por outro lado vários países nem sequer iniciaram seus esquemas vacinais. E falamos em doses de reforço ou terceira dose.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Compaixão e Covid 19

 

Compaixão é muito mais do que empatia ou simpatia. Empatia e simpatia são sentimentos. Ser compassivo requer uma ação pessoal.

A expectativa de todos os pacientes é que os médicos realmente se preocupem com suas queixas. Antes dos avanços da ciência no século 20, a compaixão costumava ser a única ação de cura disponível para os médicos. Em um discurso para os alunos de medicina da Universidade de Harvard em 1926 , Francis Peabody afirmou: "Uma das qualidades essenciais do clínico é o interesse pela humanidade, pois o segredo do cuidado do paciente está em cuidar do paciente. "

Para muitos de nós, a pandemia da COVID-19 afetou as relações de proximidade entre médico-paciente. Tornou-se impossível mostrar compaixão face a face. Consultas foram realizadas on line . A pandemia também afetou as lições de semiotécnica e de anamnese nas faculdades de medicina, base da formação acadêmica.

 No entanto,o ensino médico vem sendo definhado no seu humanismo há tempos. As aulas se tornaram mecanicistas , os pacientes são meros figurantes. Intrusões técnicas impedem a comunicação essencial entre aquele que escuta e o que fala. O prontuário eletrônico geralmente criou uma barreira, em vez de uma ponte para a comunicação.

Evidências científicas atestam que o ato de cuidar - a verdadeira demonstração de compaixão - faz diferença nos resultados do paciente. A gênese da compaixão, a evidência científica revolucionária de que o cuidado faz a diferença vem sendo estudada por Stephen Trzeciak, médico intensivista.Ele publicou o livro Compassionomics onde mostra dados convincentes de que a compaixão melhora os resultados dos pacientes em uma ampla variedade de situações médicas. Por outro lado, sua ausência pode ter efeitos devastadores para a saúde.

Mas por que o título Compassionomics ? A tese de base econômica do livro enfatiza que a compaixão reduz os custos de saúde. Ser compassivo com uma pessoa  na sala de emergência reduz as visitas de retorno. Expressar compaixão em especialidades de alto risco reduz as reivindicações de responsabilidade médica. Em suma, esses e outros estudos bem documentados sinalizam que mais cuidado na área de saúde ajudaria a reverter os custos crescentes. Trzeciak também afirma que mostrar compaixão de forma consistente pode aliviar o esgotamento entre os profissionais de saúde. Ao expressar conscientemente compaixão para com cada paciente, ele sentiu os sintomas de esgotamento desaparecerem gradualmente e sentiu uma paixão renovada pelo cuidado de cada um.

A compaixão ocorre em profundas interações entre humanos.. Mas como os complexos médicos em expansão podem ser compassivos? Grandes instituições médicas tornaram-se hábeis em fazer testes; não são tão bons em fornecer cuidados face a face.

Todos os médicos devem se esforçar para demonstrar compaixão na fala e nas ações. Aqueles em certas especialidades terão mais oportunidades de compaixão durante os encontros clínicos. Mas poderia a compaixão ser mostrada por completo nesta era tecnológica, onde muitos pacientes e médicos, e muitos professores e alunos não estão frente a frente com seus pacientes ? A Covid não estaria trazendo mais uma de suas consequências danosas a um ato tão imprescindível na arte de cuidar ?

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Israel : um exemplo preocupante

 

Israel é um exemplo de país que realizou uma rápida imunização de seus habitantes.

Na metade do mês de Março festejavam o fim dos lockdowns e em Abril a maioria da população já não usava máscaras. O mundo pós pandemia se materializava por lá.Porém uma visita inesperada , no inicio de Junho , mudou o cenário por completo. As máscaras estavam de volta . A variante Delta começou a ser detectada.

No inicio eram algumas dúzias de casos . Agora , em Agosto já são em torno de 6 mil por dia.

Israel fez um acordo com a BioNTech/Pfizer de garantir vacinas para toda a população em troca de compartilhar os dados nacionais da vacinação em massa. Após meses de euforia os dados são preocupantes : o ministério da saúde divulgou os resultados da eficácia da vacina – de 94% de proteção para infecções assintomáticas com a variante anterior ( Alfa) para 64% com a dominante Delta.

Enquanto os novos casos foram surgindo , as hospitalizações também cresceram. Para os não vacinados nota-se um aumento de até 6 x o risco de ter Covid grave. Em idosos foi observada queda na proteção vacinal – a maioria foi vacinada em Dezembro do ano passado

As autoridades em saúde do país prevêem que , no mínimo , 5 mil pessoas irão precisar de hospitalização no inicio de Setembro, metade destes com necessidades de cuidados intensivos, excedendo a capacidade de atendimento. O primeiro ministro Naftali Bennett acaba de liberar uma ajuda de $770 milhões para dobrar a capacidade hospitalar , se necessário.

A partir de Primeiro de Agosto, Israel passo a vacinar com uma terceira dose as pessoas acima de 60 anos. Em 12 de Agosto, 775.000 pessoas já tinham recebido suas doses e os dados mostram que os anticorpos subiram dias depois da imunização. Para os israelenses a dose extra é uma prova de que estão na frente da das campanhas de vacinação.

São os primeiros também na experiência de reconhecer os limites da vacina e aceitar um provável caminho ainda sem fim – doses fequentes para se manterem protegidos

cada vida

 

A morte de alguém famoso comove mais do que a morte de milhares. Infelizmente , o olhar preconceituoso e enviesado condena sem razão.

Bastou que um ator vacinado com a Coronavac morrese pela Covid para que acusações infundadas recaíssem contra a vacina. Neste momento é fundamental que a realidade do processo de imunização em que vivemos clareie este céu tão nublado de inverdades.

O ponto crucial da pandemia aqui no Brasil é a intensa transmissão comunitária do vírus. Há muito que o país deixou de enfrentar com seriedade a maior crise sanitária que já tivemos ( se é que de fato algum dia enfrentou) . Com o número de novos casos mesmo se a vacina tivesse 97% de proteção contra óbito e já estivesse disponível desde o inicio, ainda teriam morrido 16.970 pessoas.

Se a vacina tivesse 80% de proteção contra óbito (número ainda incrivelmente ótimo), teriam morrido 113.149 pessoas.

Na história da medicina não existe vacina que proteja 100% . Cada morte é uma tragédia. Mas temos que considerar as particularidades do ser humano e todas as interações com quaisquer intervenções terapêuticas ou preventivas.

A transmissão comunitária está alta mas poderia ter sido pior. Muita gente se cuidou ( e ainda se cuida , apesar de tantos incentivos para não fazê-lo).Mesmo assim o número de mortes seria significativo.

É preciso entender que as vacinas são um meio importante para enfrentarmos a pandemia. Aliás , uma situação nunca antes vista na história humana. Cabe aqui uma analogia : estamos em um mar revolto, em uma tempestade. A vacina é uma bóia, um bote inflável. Vai ajudar muito a gente a sobreviver, mas precisamos SAIR DA TEMPESTADE.

Deixar pessoas em um mar revolto e dar uma bóia com 90% de chance de sobrevivência não pode ser considerada uma estratégia final de sucesso para acabar com a pandemia.

Temos o exemplo do Vietnã (que tem a metade da população do Brasil). Controlou muito eficazmente o inicio da pandemia por lá . Agora sofreu o ataque recente da Delta e novamente está demonstrando que medidas não farmacológicas funcionam muito bem para conter a transmissão. Estão iniciando a vacinação e enfrentando um aumento do número de mortes que será minimizado na medida em a cobertura vacinal progredir.

Desta forma nos cabe reduzir a transmissão enquanto não temos a explosão de casos provável nos próximos meses.E , fundamentalmente , ampliar ao máximo nossa cobertura vacinal.

Trata-se de estabelecer um contrato social que nunca firmamos. A expressão da solidariedade e do humanismo. A única maneira de valorizarmos CADA vida.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Terceira dose da vacina / Reportagem do Diario Catarinense de 11/08/20121

 


Especialistas estudam possível terceira dose da vacina contra Covid
Especialistas estudam possível terceira dose da vacina contra Covid(Foto: Cristiano Andujar, PMF/Divulgação)

Com o surgimento de novas variantes do coronavírus, estudos com a terceira dose da vacina têm sido autorizados pelas agências reguladoras. O especialista Amaury Mielle, infectologista do Hospital Santa Catarina, de Blumenau, opina que as doses de complemento deveriam ser utilizadas apenas em alguns grupos específicos e não em toda a população.

Há cerca de um ano as vacinas contra a Covid-19 estão sendo desenvolvidas em vários países. A maior parte dos testes e pesquisas tem mostrado que o fator de proteção dura por cerca de seis meses nas pessoas que se vacinaram com as duas doses.

Os primeiros estudos feitos para liberar a vacina de forma rápida, ainda em 2020, tinham o objetivo de diminuir os casos graves e as consequências da pandemia, entregando o produto ao mercado no menor tempo possível. Dessa forma, não foi possível estudar anteriormente quanto tempo os anticorpos se manteriam no corpo.

— Agora já tem praticamente um ano que os estudos foram iniciados e percebeu-se que há uma queda na proteção tradicional contra a Covid e que essa queda acontece em alguns pacientes de uma maneira mais importante, como em idosos e pessoas com doenças imunológicas — explicou Mielle.

A queda ocorre nos anticorpos neutralizantes, principal forma de mensurar a ação do sistema imunológico do paciente. Percebendo essa diminuição dos anticorpos, especialistas passaram a pensar na possibilidade de aplicação de uma terceira dose de complemento.

— A ideia de propor alguns grupos de início para receber a terceira dose ocorre principalmente porque a gente continua na pandemia e ainda tem a questão da variante Delta. Nós não soubemos controlar a pandemia e as variantes passam a ser uma verdadeira ameaça. Por isso os estudos para aplicação da terceira dose — afirmou o infectologista.

Mielle ainda explicou que essa queda não acontece em todas as pessoas e que não representaria uma ameaça caso não existisse a variante Delta.

— Normalmente, quanto mais idoso pior a resposta à vacina. O público alvo da terceira dose deveria ser essas pessoas, além daqueles que têm doenças imunológicas ou pacientes oncológicos, por exemplo. Também seria uma alternativa vacinar profissionais da saúde pela exposição que eles têm.

Enquanto alguns países testam e estudam a terceira dose, muitos não começaram a aplicação da primeira ou, ainda, vacinaram uma pequena parcela da população. Escolher quem será vacinado com a terceira dose pode passar também por uma questão ética.

— É um debate até ético. A gente tem um número enorme de países que nem iniciaram a vacinação. Qual o cenário ideal? Agilizar a vacinação da primeira dose, encurtar o tempo da segunda dose e vacinar com a terceira dose as pessoas de maior risco — explicou o especialista Amaury Mielle.

Segundo o imunologista, não se trata de um reforço, mas de um complemento da vacinação. O reforço vai acontecer daqui a um tempo, quando o vírus ficar endêmico e circular entre as pessoas como uma forma mais leve, semelhante ao da gripe.

O reforço aconteceria, por exemplo, se as duas doses dessem uma imunização completa e a terceira viesse para reforçar. Mas o que se estuda é que a terceira dose é necessária, em alguns casos, para complementar e imunizar, como é o caso da vacina da hepatite B.

Tanto o reforço, quanto o complemento, podem ser feitos com imunizantes de marcas diferentes. Esse processo se chama imunização heteróloga. A aplicação da vacina pode ser feita de acordo com a disponibilidade dos imunizantes.

Os especialistas perceberam que a imunidade humoral pode diminuir depois da aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19. Ou seja, a quantidade de anticorpos neutralizantes é reduzida. Porém, há também outras formas de imunização, como a imunidade celular, também chamada de memória, que não é possível medir com equipamentos ou em simples laboratórios.

Em estudos feitos com pessoas recuperadas da SARS-CoV-1, que atingiu o mundo em 2003, as células de memória estavam presentes. Isso é um bom sinal e ajuda no combate ao coronavírus, porém, essa forma de imunidade não pode ser mensurada e controlada de forma simples.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

o normal e o aceitável

 

 

 

O que esperar das próximas semanas em relação à Covid diante do enfrentamento da variante Delta ?

O que será considerado “ normal” nas nossas estatísticas ? O que será “aceitável” ?

Na medida em que ampliamos a cobertura vacinal , mesmo com um aumento de novos casos,é bem provável que não chegaremos a 4 mil óbitos / dia. Mas, e se estabilizarmos em 500 por dia. Isso é “aceitável” ?

Vivemos no Brasil que aceita passivamente a morte violenta de 40 a 60 mil pessoas por ano. Aceitaremos que 3 aviões caiam por dia (numero relacionado de óbitos que ocorreriam) ?

No final não importa o numero em centenas ou milhares . Trata-se de uma morte por uma doença que nós sabemos como barrar a transmissão! As vacinas irão reduzir uma parte da mortalidade, mas teremos MUITOS óbitos totalmente evitáveis por outras medidas.

A banalização da morte , já implementada , como será anunciada ? O luto de 500, 600, 700 famílias novas POR DIA será visto como um "sucesso", através da desculpa de que "afinal, poderiam ter sido 5 mil mortes"?

Se seguirmos o que vem ocorrendo nos Estado Unidos veremos a pandemia atingir uma população mais jovem. Em alguns estados americanos as UTIs pediátricas já se encontram lotadas . Os gestores farão o quê diante deste novo cenário ? . A morte de crianças mudará as suas decisões ? E , se mudarem , porque não o fizeram até aqui ? Qual é o valor da vida para esses hipócritas ?