A pandemia atual tem levantado questões cruciais sobre o
impacto econômico que medidas restritivas podem acarretar. As dúvidas são
cruciais : quais os reais efeitos econômicos ¿ estes são temporários ou
permanentes ? como a resposta da saúde publica afeta a gravidade e minimiza ou
não suas sequelas?
Uma tentativa de responder estas questões pode ser feita
avaliando-se a história da Pandemia da Influenza H1N1 de 1918 . Um estudo detalhado explorou as variações
espaciais na gravidade e velocidade de propagação do vírus e os momentos em que
as medidas de contenção foram implementadas : fechamento de escolas , teatros ,
igrejas , restrição do trabalho e quarentenas.
A analise teve dois principais pontos explorados : o
primeiro avaliou áreas onde a doença mais severamente afetou a população e
viu-se um rápida e persistente declínio da atividade econômica. O segundo ,
onde as medidas de diminuição da transmissibilidade foram estabelecidas de modo
precoce e extensivo e que incorreu num desfecho melhor para a economia
Outros resultados importantes obtidos do estudo demonstram
que cidades que tiveram uma alta mortalidade também observaram um declínio da
atividade econômica. Em comum elas apresentavam uma baixa taxa de adesão às
medidas de prevenção
Isto sugere que estabelecer medidas de contenção precoce não
só beneficia a preservação de vidas mas também a própria economia.
Áreas mais gravemente afetadas experimentaram um declínio
nas empregos de mão de obra , saída de fabricação e bens duráveis após 1918. As
estimativas estimam que houve redução de 18% nessas atividades. Essas
consequências foram duráveis com relatos de persistência até 1923.
Comparando cidades pela rapidez e agressividade das medidas
de contenção, foi possível de se estabelecer uma ausência de relação com uma
piora econômica. Pelo contrário , cidades que agiram cedo e de modo mais
consistente tiveram um relativo beneficio nos índices econômicos. Reagir 10
dias antes da chegada da pandemia foi decisivo para que os índices sofressem
menor prejuízo. Diferenças significativas também foram importantes : a
qualidade do sistema de saúde e a capacitação politica.
Obviamente que esses resultados têm que vistos num contexto
da época onde a ciência e as relações de trabalho eram outras. A pandemia de
1918 foi significativamente mais letal que a COVID-19, especialmente para os
indivíduos trabalhadores, portanto uma parte do mérito das medidas de contenção
, para a economia , advém da proteção estabelecida nesta faixa etária.
No final o que podemos concluir deste estudo?
Economia e pandemia é diferente de economia normal. A
pandemia é , por si própria tão prejudicial para a economia que qualquer medida
usada para a minimizar o problema poderá potencialmente ser um bem , ao menos
em médio prazo .
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