sexta-feira, 8 de maio de 2020

ainda sobre os testes diagnósticos para Covid 19




Existem mais de 200 testes sorológicos para o Coronavírus produzidos por um amplo número de laboratórios , a maioria sem controle de como estão sendo comercializados; apenas doze foram submetidos ao processo de Autorização Emergencial do FDA, que representa um processo bem menos rigoroso que a aprovação normal.

O FDA sinaliza aos laboratórios para que demonstrem suas medidas de acurácia , baseadas em relatos dos próprios fabricantes . Na prática estes resultados são totalmente diferentes do que é propagado.
O problema maior com boa parte dos exames é o dano dos resultados duvidosos quando aplicados em larga escala: principalmente aqueles com conclusões que chamamos de falsos positivos. O maior objetivo da sorologia seria o de detectar pessoas já expostas ao coronavírus com a formação de uma resposta imune de anticorpos.

Recentemente, o laboratório Roche anunciou sua aprovação de emergência para aquele que seria o teste mais sensível já lançado: foi reportado um especificidade de 99.8 %, o que significaria que de 1000 pessoas que não tivessem anticorpos, somente 2 poderiam ter um teste que erroneamente acusaria a sua presença.
Com os testes atualmente no mercado, 200 pessoas em 1000, teriam um resultado falso positivo. Mesmo para um teste de especificidade de 95%, que é o que o FDA preconiza, 50 pessoas testariam positivo sem ter os anticorpos.

A imunidade ainda é uma incerteza para quem teve o covid 19. Não sabemos se , de que modo e por quanto tempo alguém infectado vai se tornar protegido. Vírus diferentes atuam de forma diferente: para alguns a imunidade é perene; para outros é muito curta. Existe a possibilidade que uma infecção antiga, que tenha produzido uma imunidade fraca , ainda sirva de resposta de memória , ou seja , quando a pessoa se expõe ao antigo vírus a sua defesa se reforça e se torna competente. Para o coronavírus também se discute se a intensidade da infecção interferiria no tipo e tempo de resposta imune .

Existem mais questões do que respostas antes de assumirmos o chamado “passaporte da imunidade” : um teste que indicaria exposição prévia ao vírus e consequente proteção.
Uma importante questão que vem impulsionando a feitura dos testes é a necessidade de reabertura do comércio e escolas.Os resultados incertos podem expor muitos indivíduos à infecção diante da premissa falsa que estariam imunizados.
Existe porém uma utilidade para os testes.Eles poderiam ser aplicados a uma determinada população estudando-se o seu resultado global, permitindo aos pesquisadores avaliarem erros cruzando os dados com os casos realmente positivos (detectados pelo exame genético)


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