Existem mais de 200 testes sorológicos para o Coronavírus
produzidos por um amplo número de laboratórios , a maioria sem controle de
como estão sendo comercializados; apenas doze foram submetidos ao processo de
Autorização Emergencial do FDA, que representa um processo bem menos rigoroso
que a aprovação normal.
O FDA sinaliza aos laboratórios para que demonstrem suas medidas
de acurácia , baseadas em relatos dos próprios fabricantes . Na prática estes
resultados são totalmente diferentes do que é propagado.
O problema maior com boa parte dos exames é o dano dos
resultados duvidosos quando aplicados em larga escala: principalmente aqueles
com conclusões que chamamos de falsos positivos. O maior objetivo da sorologia
seria o de detectar pessoas já expostas ao coronavírus com a formação de uma
resposta imune de anticorpos.
Recentemente, o laboratório Roche anunciou sua aprovação de
emergência para aquele que seria o teste mais sensível já lançado: foi
reportado um especificidade de 99.8 %, o que significaria que de 1000 pessoas
que não tivessem anticorpos, somente 2 poderiam ter um teste que erroneamente
acusaria a sua presença.
Com os testes atualmente no mercado, 200 pessoas em 1000,
teriam um resultado falso positivo. Mesmo para um teste de especificidade de
95%, que é o que o FDA preconiza, 50 pessoas testariam positivo sem ter os
anticorpos.
A imunidade ainda é uma incerteza para quem teve o covid 19.
Não sabemos se , de que modo e por quanto tempo alguém infectado vai se tornar
protegido. Vírus diferentes atuam de forma diferente: para alguns a imunidade é
perene; para outros é muito curta. Existe a possibilidade que uma infecção
antiga, que tenha produzido uma imunidade fraca , ainda sirva de resposta de
memória , ou seja , quando a pessoa se expõe ao antigo vírus a sua defesa se
reforça e se torna competente. Para o coronavírus também se discute se a
intensidade da infecção interferiria no tipo e tempo de resposta imune .
Existem mais questões do que respostas antes de assumirmos o
chamado “passaporte da imunidade” : um teste que indicaria exposição prévia ao
vírus e consequente proteção.
Uma importante questão que vem impulsionando a feitura dos
testes é a necessidade de reabertura do comércio e escolas.Os resultados
incertos podem expor muitos indivíduos à infecção diante da premissa falsa que
estariam imunizados.
Existe porém uma utilidade para os testes.Eles poderiam ser
aplicados a uma determinada população estudando-se o seu resultado global,
permitindo aos pesquisadores avaliarem erros cruzando os dados com os casos
realmente positivos (detectados pelo exame genético)
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