Várias ondas de gripe aviária deixaram um rastro de devastação em todo o mundo, levando à morte e ao abate de mais de 300 milhões de galinas,patos e gansos e outras aves selvagens entre 2005 e 2021.
Hoje, com partes da Europa e da América do Norte vivendo o pior surto já registrado, um grupo global de pesquisadores mantém uma vigilância cautelosa em meio a preocupações sobre o impacto que a doença pode ter nos seres humanos. Existe a possibilidade de uma pandemia , é consenso.
Atualmente, o vírus é considerado de baixo risco para os seres humanos pelo fato de que sua transmissão dos animais para o homem é precária.
Grande parte do foco dos especialistas está no H5N1, uma gripe aviária que é responsável pelo aumento de casos em todo o mundo. Esse vírus foi identificado pela primeira vez em uma fazenda de gansos em Guangdong, na China, em 1996.É capaz de infectar pelo menos 63 espécies de aves selvagens e também mamíferos como linces, focas e ursos.
Quanto mais o vírus se espalha, maiores são as chances de ele se espalhar para os seres humanos. Uma vez que isso ocorra, a preocupação é que ele possa se adaptar ainda mais para permitir a transmissão de humano para humano. A chance disso acontecer é muito pequena, mas o impacto – se acontecer – é muito grande, porque significa que teremos então uma nova pandemia de gripe.
Até agora o H5N1, entre 2003 e outubro de 2022, infectou em 865 pessoas em 21 países, resultando em 456 mortes. Embora os casos – a maioria deles na África e na Ásia – estivessem ligados ao manuseio de aves vivas infectadas, e não à transmissão de humano para humano, os números sugerem que o vírus tem uma alta taxa de letalidade.
O vírus provavelmente exigiria mais de uma ou duas mudanças na sua genética para permitir a transmissão de humano para humano. Mas , na medida em que se multiplicam os casos as oportunidades de mutações vão se acumulando
Os esforços para deter a disseminação dessa cepa de vírus são dificultados pela sua prevalência em aves selvagens. São pássaros que se movem por distâncias incrivelmente longas podendo disseminar vírus de forma muito rápida.
O que está claro, no entanto, é o papel que nosso sistema alimentar desempenhou para chegarmos a esse ponto,tendo em vista as altas densidades de aves observadas na criação comercial e a semelhança genética da maioria dos animais. Tudo isso representa uma situação propícia para que o vírus se estabeleça e depois evolua para a virulência.
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