O grupo de Oxford começou o trabalho a 10 anos atrás, muito antes da COVID19 surgir. O grupo pesquisava vírus de chimpanzés que poderiam ser “hackeados” para expressarem uma proteína de outro agente infeccioso e assim induzirem imunidade em humanos.
O incrivel desse sistema (chamado ChAdOx1) é que ele permitiria o desenvolvimento rápido de vacinas para diferentes doenças, apenas trocando-se a proteína do agente infeccioso. Estudos prévios já haviam mostrado tolerabilidade e segurança no uso desse vetor.
Ao longo dos anos essa plataforma ChAdOx1 (Chimpanzee Adenoviral Oxford 1) foi utilizada no desenvolvimento de diversas vacinas (Ebola, Zika, Chickungunya, HPV, Hepatite B, Tuberculose, HIV), portanto há grande experiência e confiança em sua segurança.
O grupo de Oxford ,quando alertado pela ameaça da COVID 19, ativou os planos previamente traçados para outras vacinas combinou a expertise em MERS (que havia testado em 2013) com a plataforma ChAdOx1. Dessa forma conseguiram “pular” vários anos de pesquisa básica e tinham confiança na segurança da vacina para MERS em humanos
Com dinheiro praticamente infinito, puderam também correr riscos financeiros previamente considerados inviáveis. Enquanto em outras épocas as fases de pesquisa clínica seriam feitas sequencialmente (e separadas por meses ou anos entre elas),dessa vez as fases foram combinadas ou realizadas em rápida sucessão. As agências regulatórias já acompanhavam o processo no decorrer do estudo, e estavam prontas para permitir o início da próxima fase ao momento que a anterior terminasse.
Dessa forma o grande desperdício de tempo entre as fases foi eliminado, sem prejuízo algum aos participantes do estudo ou aos resultados. Os exatos mesmos critérios de qualidade e segurança de outras vacinas foram implementados no processo de desenvolvimento da vacina COVID19.
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