As máscaras são o símbolo desta pandemia que já matou milhões de pessoas.Sua utilidade em instituições de saúde claramente diminui o indice de infectividade do SARS-CoV-2. Mas diante da ampla variedade de tipos de máscaras usadas pelo público em geral, os dados reais de sua proteção não são muito bem calculados.Somamos a isso uma não adesão por completo ao seu uso muito motivada pelos discursos de presidentes folclóricos que negam quaisquer benefícios das medidas de controle da pandemia.Uma grande contribuição às dúvidas sobre sua eficácia.
A ciência vem procurando reforçar com estudos mais contundentes a sua prática.
Mas continuamos no impasse não só na sua utilização universal mas também no modo dessa utilização.
No inico da pandemia tínhamos dúvidas de como o SARS-CoV-2 era transmitido de modo que por um tempo usar máscara era uma dúvida na nossa sociedade ocidental
Nunca questionamos a N95, que é desenhada para filtrar cerca de 95% das partículas inaladas que meçam 0.3µm ou mais. Mas o seu uso se limitou aos profissionais de saúde diante das dificuldades em se adquirir.Isto levantou uma questão: deveriam as pessoas usar máscaras cirurgicas ou de tecidos? Se sim, em quais condições? Essa seria uma resposta a ser dada por um bom estudo clínico.Mas numa pandemia não temos tempo hábil para isto
Então a ciência passou a se basear em estudos observacionais e de laboratório.
Eficácia no seu uso foi sendo provada por comprovações clássicas.Em Junho , dois cabelereiros no Missouri testaram positivo para SARS Cov2. Ambos usavam máscaras de duplo tecido ou cirurgicas no seu trabalho. Apesar de contaminarem membros da família , nenhum cliente foi infectado.Analises mais rigorosas mostraram mais evidências. Um estudo em Agosto mostrou que a mortalidade pelo COVID foi 4 vezes menor em locais onde o uso de máscara é obrigatório e recomendado pelo governo. A Mongolia adotou o uso universal em Janeiro e até Maio não tinha reportado mortes pelo vírus.
Estudos em animais também podem ajudar. Kwok-Yung Yue da University of Hong Kong avaliou hamsters infectados e saudáveis em gaiolas conjuntas. Sem uma barreira cerca de dois terços dos animais contraíram o vírus.
Mais adiante também aprendemos que a menor carga viral acarretaria doença menos grave. Ou seja, mesmo que não seja 100% eficaz na filtragem das partículas ainda terá um efeito protetor
Isso ainda poderia gerar um outro beneficio : infecções leves que induziriam imunidade , é quase uma vacina
O debate sobre máscaras é totalmente ligado a uma questão: como o vírus viaja pelo ar e dissemina a infecção?
Aprendemos muito sobre os aerossóis nos ultimos meses.Passamos a reconhecer que não são só as gotículas carreiam o vírus.
Sabemos que a transmissão assintomática tem um papel fundamental no processo da infectividade.Por isso os aerossóis se constituem no principal veículo transportador de vírus.Então as máscaras precisam ser eficazes em bloquear os aerossóis.
Numa revisão de estudos observacionais se viu que máscaras de tecido são comparáveis às cirurgicas e são 67% efetivas em proteger o ususário.Linsey Marr, uma engenheira ambiental da Virginia Tech em Blacksburg, mostrou que mesmo máscara de algodão pode bloquear metade dos aerossóis inalados e quase 80%dos exalados medindo cerca de 2 mm.
Multiplas camadas são mais eficazes.
Questões sobre máscaras vão além da biologia , epidemiologia. O comportamento humano está precisando se adaptar a uma nova situação que vai além de apenas alguns momentos do seu dia mas de uma vigilância contínua.
As máscaras nos lembram da nossa responsabilidade social compartilhada..
Nos Estados Unidos o uso de máscara esteve ao redor de 50% em Julho.Um aumento de 20% do que foi visto em Março e Abril.Estudos mostram que se o uso fosse de 95% a partir de Setembro,numero visto em Singapura por exemplo,isso poderia salvar cerca de 100 mil vidas até Janeiro de 2021.
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