sábado, 30 de setembro de 2017

açúcar como uma droga


O açúcar refinado é uma droga formadora de hábito como a cocaína ou a nicotina.Está é uma conclusão de um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine.Em ratos de laboratório a experiência foi realizada possibilitando a eles a escolha entre a cocaína e a sucrose.A maioria optou pelo açucar.
Em nossa evolução entramos em contato com o açúcar, primeiramente, ingerindo o mel e as frutas.Isso possibilitava que os nossos ancestrais armazenassem energia para quando faltassem os outros recursos.Porém esses alimentos eram providos de valores nutricionais diferentemente do açúcar refinado que perde vitaminas e minerais no seu processo de fabricação.

O açúcar nos torna obesos , pode promover o diabetes tipo 2 , eleva a pressão arterial e nos dá fígados gordurosos.Mas também é capaz de alterar o nosso humor nos tornando eufóricos e com sensação de recompensa.
Diferentemente do sal o açúcar não causa sinal de aversão.O sal em excesso estímula receptores de saciedade.Podemos ingerir açúcar em demasia e ainda querer mais.Podemos esquecer a questão da moderação - qualquer dose de açúcar refinado é excessivo.E quanto a aportes nutricionais podemos ficar tranquilos : o limite diário mais baixo para a ingesta de carbohidratos é zero desde que quantias adequadas de proteínas e gorduras sejam consumidas.
Para quem pretende abolir o açúcar por completo de sua dieta é bom fazê-lo de modo gradual.A retirada abrupta pode provocar deficiência de dopamina no cérebro e isso causaria déficit de atenção e sintomas semelhantes à depressão

O açúcar nos dá uma das mais intensas sensações de prazeres da vida moderna.E nós sentimos a doçura de uma maneira diferente.O que é preocupante por diversas razões.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

sobre o tratamento do colesterol



O colesterol é um lipídio produzido pelo fígado e tem diversas funções no organismo. Por ser insolúvel em água, o colesterol é ligado a proteínas para ser transportado no sangue, formando lipoproteínas que se dividem em dois grandes grupos: lipoproteínas de baixa e alta densidade.
As lipoproteínas de baixa densidade (do inglês Low Density Lipoproteins – LDL e Very Low Density Lipoproteins – VLDL) são fundamentais para a produção de hormônios sexuais. No entanto, são popularmente conhecidas como “colesterol ruim”, pois em níveis elevados estão associadas a complicações cardiovasculares como aumento da pressão arterial, insuficiência cardíaca e infarto. Por outro lado, as lipoproteínas de alta densidade (High Density Lipoproteins – HDL) são conhecidas como “colesterol bom”, pois auxiliam na captação e transporte do colesterol em excesso no sangue ao fígado, onde é eliminado pela bile.
As estatinas são uma classe de medicamentos que induzem a redução dos níveis de LDL no sangue. Sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina e fluvastatina são alguns dos representantes dessa classe, indicados, principalmente, para o tratamento de hipercolesterolemia (excesso de colesterol no sangue).Algumas diferenças são relevantes na seleção da estatina a ser prescrita pelo médico. Além delas, o custo e as interações com outros fármacos também devem ser considerados na escolha.
As estatinas reduzem os níveis de colesterol, a ocorrência de eventos cardiovasculares e a necessidade de procedimentos cirúrgicos de revascularização
Porém o seu uso tem sido motivo de discussões devido aos riscos de efeitos adversos, além dos questionamentos sobre os reais benefícios do tratamento de indivíduos com baixo risco de doença cardiovascular. Preocupações com manifestações acentuadas de dor e fraqueza muscular foram debatidas em publicações científicas e destacadas pela mídia
Em outubro de 2013, dois artigos, publicados no British Medical Journaltiveram ampla repercussão na imprensa do Reino Unido e foram compreendidos como críticas às estatinas. Seus autores sugeriram que os benefícios à saúde não superavam os riscos de efeitos adversos em pacientes com risco cardiovascular baixo ou intermediário.
Diante desse cenário de controvérsias, vale ressaltar que nenhum tratamento deve ser interrompido sem uma análise minuciosa da situação clínica do paciente e orientação médica. Em todos os casos, a mudança no estilo de vida assume especial importância. Adotar uma alimentação saudável, praticar atividades físicas rotineiramente e evitar o uso de cigarro e de bebidas alcoólicas são hábitos que podem retardar a necessidade de utilizar esses medicamentos ou contribuir significativamente para o sucesso do tratamento.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

emoções em medicina



Alguns  vêem o médico como inteligente , dedicado.Outros o associam como uma rocha no meio de uma tempestade , imune ao caos , à dor , ao sofrimento.
O coração da medicina é a interação humana , e as interações humanas são repletas de emoções.Os médicos que não processam suas emoções são mais propensos a experimentar um processo de esgotamento.Tornam-se menos aptos para cuidarem de seus pacientes

O manejo emocional precisa ser integrado nos programas de formação de novos profissionais.É preciso identificar as emoções que que se associam à melhora do tratamento.Hoje não vemos espaços entre residentes e estudantes de medicina para incorporar esse espirito que vai além de simples regras.

Compartilhar emoções entre o paciente e o médico é integral á prática da medicina.Aprender a doença é muito diferente de entender o paciente.Com nosso conhecimento e medicamentos nós podemos tratar o nosso paciente mas é com nossas emoções que nós iremos curá-los.

domingo, 24 de setembro de 2017

bioética


A bioética adquire seu significado com a dignidade humana.Ela estabelece o papel do humano e suas relações com os outros , com os animais e com a natureza.Foi com Kant que a ética foi tratada como um principio norteador das ações do homem - a regra das condutas.
Ao se aplicar às condutas agiríamos de modo moral e os valores das promessas se manteriam.Onde há mentira não há valor das relações.

Recentemente os 4 príncipios bioéticos ; não maleficiência ,autonomia , justiça e benevolência se expandiram graças aos estudos de William Saad Hossne que pergunta se a bioética seria somente principios ou referenciais.E assim se pode pensar na dignidade através da alteridade , da equidade , da vulnerabilidade , prudência e outros.

O humano , na sua complexidade da existência , não poderia se limitar apenas a 4 principios.Estaríamos reduzindo sua integridade

Uma pluraridade norteia melhor as condutas e transforma ao não se visar apenas o resultado e sim a qualidade de como se chega a ele.
Uma vida repleta de desejos e pulsões vai além de principios metafisicos

Se compartilharmos que o sentido de viver está na busca da felicidade , conquistar ou manter a dignidade é a forma mais legitima de ser feliz.

Precisamos de uma ética que considere o ato de viver como o verdadeiro detentor de ser protagonista

sábado, 23 de setembro de 2017

o que fica....



Muitos querem ser eternos sem antes terem sido necessários...

Aqui está o ponto chave de nossa época : em que medida o mundo realmente precisa de nós ?
Qual nossa marca que merece ser memorável ?
O que nós fizemos de indispensável ?
Qual a real extensão de nossas ambições ?

Essa é uma tarefa de pensar....um alerta significativo que evoca , de maneira sábia , aqueles que se julgam indispensáveis ou o centro do mundo.
Narcisos em seus espelhos , sempre manchados pela mediocridade.
Espelhos enferrujados que mais nada refletem além de uma irrealidade do cotidiano

Habitantes de uma terra tão parecida vivemos um regime cruel de urgências.
Tornou-se imperativo exaltar-se a si próprio , ser multiplicado , tombado como coisa memorável , celebrado em vida.
Em cada um mora um império de ambições egocêntricas....uma rainha a perguntar ao espelho..

Dificil é reconhecer a humilhação do tempo que não se importa com nossas cicatrizes e nos depojará de todas as presunções

sábado, 16 de setembro de 2017

a moralidade da eutanásia



Em 1986 James Rachel escreveu " the end of life : euthanasia and morality".
Ele defende o argumento da compaixão : a eutanásia é justificada quando a morte é o unico meio de escapar de dores e sofrimentos horríveis.Ele morreu de câncer em 2003 convicto de suas idéias refletindo se o ato de matar seria menos intencional do que pensara.

O argumento da compaixão é extremamente simples.Um produto inevitável de uma doença que a ciência médica não tem o poder de evitar.
Filósofos utilitaristas sustentam que as ações e politicas sociais devem ser julgadas corretas ou não exclusivamente se causam felicidade ou miséria.Vista por este padrão , a eutanásia se torna moralmente justificável.Atualmente , a maioria dos filósofos pensa que esse principio é errado pois a promoção da miséria e a prevenção da miséria não são as únicas coisas moralmente importantes.A felicidade , eles afirmam , é apenas um entre muitos valores a serem promovidos

James Rachels defende seu argumento com bases utilitaristas mas com ênfase no indivíduo e nesse aspecto a eutanásia poderia ser justificada :

1. se uma ação promove os melhores interesses do indivíduo e não viola seus direitos então tal ação é moralemente aceitável
2. ao menos em alguns casos a eutanásia ativa promove os melhores interesses de cada um dos envolvidos e não viola os direitos de ninguém
3. portanto ,ao menos em alguns casos , a eutanásia ativa é moralmente aceitável

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

a doença como uma condição da existência


Viktor von Weizsacker , filósofo alemão , é uma figura central na tradição da medicina antropológica.Ele argumenta a necessidade de uma medicina que também abrace a metafísica da doença.O modelo tradicional médico nos ensina sobre as aparências da doença , sobre causas e desfechos , sobre diferentes tipos de tratamento.Entretanto , não nos ensina sobre a pessoa doente.
Isto é fundamental para o entendimento do humano e está além dos aspectos puramente físicos do adoecer.Ele constituiu na sua obra um estado da doença como um meio de ser humano para isso utilizou o termo" pático" , sem correspondente na lingua portuguesa

Weizsacker vê o adoecer como uma forma paradigmática da existência e reflete que a situação pática do nosso viver é querermos ser algo que não somos....saudáveis.
É no reino do adoecimento que a pática revela seu poder , uma espécie de primazia da doença sobre a saúde , uma epistemiológica implicação : nós não temos conhecimento absoluto sobre a saúde e o que sabemos é baseado na doença.

Ao se concentrar na subjetividade do paciente a medicina antropológica de Weizsacker traça um caminho para a medicina que não somente procura a verdade objetiva da doença mas sua subjetividade experimentada em cada indivíduo que adoece.Sua obra pode nos ajudar a fazer a medicina melhor e mais capacitada para o paciente.

Assimilar suas idéias nos encoraja a perceber a natureza "pática" das nossas vidas.
Sua perspectiva pode ser usada para nos guiar para uma importante normativa nos cuidados modernos com a saúde especialmente com a falha da aceitação da mortalidade.

domingo, 10 de setembro de 2017

homo cellularis


Sem que a maioria das pessoas perceba o celular está mudando radicalmente nosso modo de viver.Ele se transformou num meio de comunicação excessiva e de fotomania compulsiva.Muitos não vivem sem o celular e sim pelo celular : uma obsessão do contato que os adere ao presente , ausentes de qualquer reflexão solitária.
A comunicação instantânea tem pouco a ver com os grande temas da vida e da morte , muda a dinâmica da interação face a face.Os olhos colados ao aparelho não vêem mais o óbvio

O celular transformou a fala numa urgência do dizer.Não há indispensabilidade nas palavras mas um desperdício das mesmas atiradas a um vácuo enorme.
Enquanto isso a idolatria do virtual colhe suas vitimas incautas

Hoje com um simples teclar sabemos quase tudo.Mas não sabemos mais como guardar as informações importantes.As vizinhanças e distãncias não fazem mais diferença.
Encarcerados nas redes sociais a maioria não se percebe vigiada pelos pensamentos e emoções alheios, usados pelos vários poderes com funções de controle.

Vivemos a época de uma sociedade confissional que exalta a autoexposição à categoria de prova da existência social.Os espionados colaboram com os espiões e uma rendição é motivo de satisfação pois serão ,afinal , vistos por alguèm não importando se são vítimas ou imbecis

Quando todos podem saber tudo de todos o excesso de informação não pode produzir nada além de confusão , rumor e silêncio

sábado, 9 de setembro de 2017

para quem fala a filosofia



A filosofia não fala para um ouvinte apático.Não também para um leitor conivente que acata sem restrições o seu conteúdo.
A filosofia cria uma outra relação com seus seguidores.
Busca aquele que experimenta as tensões de impulsos, a surpresa dos afetos , as vivências análogas.

A filosofia não cria uma identidade com um domínio específico do conhecimento , por maior que seja.
Não se confunde com certas habilidades na pretensiosa falácia de argumentar.
Não é uma defesa de tese ou uma teia de técnicas que se explica por uma metodologia.
A filosofia é tarefa , missão e destino.

Consiste em questionar tudo o que o humano venera e , então , afirmar aquilo que foi negado.
Só assim será possível revelar o que existe por trás de valores instituídos e trazer à luz o que eles mesmos escondem

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

a muito frequente síndrome do intestino irritável



A síndrome do intestino irritável (SII) consiste em um transtorno crônico, recorrente e que geralmente pode perdurar por toda a vida. Se caracteriza pela presença de dor abdominal ou mal estar, que pode estar associado com a defecação e/ou acompanhado por um mudança no hábito intestinal. Os sintomas podem incluir defecação desordenada (constipação, diarreia ou ambos) e distensão abdominal.

Os sintomas algumas vezes se sobrepõem com outros transtornos gastrointestinais como dispepsia não ulcerosa ou doença celíaca. As pessoas com SII se apresentam com uma ampla gama de sintomas, alguns dos quais podem não ser detectados sem avaliação minuciosa 

Os indivíduos com SII apresentam diferentes perfis de sintomas, mais comumente "diarreia predominante", "constipação predominante" ou perfis alternados. A SII afeta mais frequentemente pacientes entre 20 e 30 anos de idade, sendo duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Estima-se que sua prevalência na população em geral oscile entre 10 e 20%. As tendências recentes indicam que existe ainda uma prevalência significativa de SII em idosos. O diagnóstico de SII deve ser considerado quando uma pessoa idosa apresenta sintomas abdominais inexplicáveis.
 

Como tratar ?

Os pacientes devem ser aconselhados a como ajustar suas doses de agentes laxantes ou antimotilidade de acordo com a resposta clínica. A dose deve ser titulada de acordo com a consistência das fezes, com o objetivo de atingir fezes pastosas e bem formadas (de acordo com o sistema de avaliação da Bristol Stool Form Scale).

O médico responsável deve considerar os antidepressivos tricíclicos (ATC) como tratamento de segunda linha para os pacientes sem resposta

Os aspectos chaves deste diagnóstico incluem o estabelecimento de um critério de exclusão de outras doenças que tenham sintomas semelhantes

domingo, 3 de setembro de 2017

inutil


Util é aquilo que nos torna melhores.

Os ditos saberes inuteis podem ser importantes.Portanto nem tudo que não é util deve ser dispensado.
Nos dias da importância do parecer não é simples conhecer o significado do inutil.A humanidade quer o dinheiro e o poder...correm suas vidas em busca da terra prometida enquanto o que está ao seu redor : os outros , a beleza da simplicidade etc se tornam objetos deprezíveis desde que não sirvam para o mesmo fim.A grandeza das coisas triviais nada significa para o utilitarismo desenfreado.

Nós dependemos do que a maioria considera inutil...a magia de criar e imaginar são como sinais vitais.É nessa importância que oxigenamos os pensamentos que nos impulsiona na direção do melhor.
Somente o animal humano produz a inutilidade.Então há que se propor , antes de mais nada , que ela tenha significado.
A utilidade do inutil é a utilidade da vida,da criação , do amor e do desejo

As realidades presentes são as mais dificeis de se compreenderem.Não percebemos,movidos pelo desejo obcecado de aparecer,que os saberes passam pelas ditas coisas banais.A simplicidade é a maior fonte do ato criativo pois não pode ser medida.

Heidegger ja disse que " o mais util é o inutil.Mas esta experimentação é muito dificil para o homem moderno" acostumado a outros valores interessados na praticidade dos objetivos imediatos.

Ionesco ja afirmava estar o homem condenado a perder sua alma,prisioneiro de suas necessidades