domingo, 10 de setembro de 2017

homo cellularis


Sem que a maioria das pessoas perceba o celular está mudando radicalmente nosso modo de viver.Ele se transformou num meio de comunicação excessiva e de fotomania compulsiva.Muitos não vivem sem o celular e sim pelo celular : uma obsessão do contato que os adere ao presente , ausentes de qualquer reflexão solitária.
A comunicação instantânea tem pouco a ver com os grande temas da vida e da morte , muda a dinâmica da interação face a face.Os olhos colados ao aparelho não vêem mais o óbvio

O celular transformou a fala numa urgência do dizer.Não há indispensabilidade nas palavras mas um desperdício das mesmas atiradas a um vácuo enorme.
Enquanto isso a idolatria do virtual colhe suas vitimas incautas

Hoje com um simples teclar sabemos quase tudo.Mas não sabemos mais como guardar as informações importantes.As vizinhanças e distãncias não fazem mais diferença.
Encarcerados nas redes sociais a maioria não se percebe vigiada pelos pensamentos e emoções alheios, usados pelos vários poderes com funções de controle.

Vivemos a época de uma sociedade confissional que exalta a autoexposição à categoria de prova da existência social.Os espionados colaboram com os espiões e uma rendição é motivo de satisfação pois serão ,afinal , vistos por alguèm não importando se são vítimas ou imbecis

Quando todos podem saber tudo de todos o excesso de informação não pode produzir nada além de confusão , rumor e silêncio

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