Vamos nos aproximando de um momento em que nada parece
natural
Pessoas não estão vivenciando o momento. Estão o
idealizando.Construindo versões próprias. Uma autenticidade performativa.Uma
declaração de identidade construída.
Aquele que posta selfies na academia todo dia, mas o físico
dele nunca muda porque ele está lá para gerar conteúdo, não para obter
resultados.
Aquela com a rotina matinal perfeita, esteticamente
impecável, mas ansiosa e exausta porque manter essa performance a está
esgotando.
O empreendedor que posta frases motivacionais sobre
perseverança, mas não ganhou um centavo porque está ocupado demais performando
o sucesso para construí-lo.
Todo mundo está vivendo para a documentação em vez da
experiência. Não percebem mas estão realizando experimentos para milhares de
pessoas simultaneamente. E o feedback é instantâneo, quantificado e viciante.
Mas quem é você quando ninguém está olhando?
A maioria das pessoas não consegue responder a essa
pergunta.
“Nós somos o que fingimos ser, então devemos ter cuidado com
o que fingimos ser.” - Kurt Vonnegut
É tudo sinalização.Pessoas diferentes, mesma estética, mesma
vibe. É como se todos lessem o mesmo manual de como ser interessante.
Eles não sabem do que realmente gostam. Eles sabem do que
devem gostar. Eles não estão construindo nada real. Estão construindo um
personagem que busca validação.Porém, o desempenho é exaustivo. Validação nunca
é suficiente. Você sempre vai querer mais.
Esse é o nível de inferno performático em que nos
encontramos.Todo esse desempenho tem um preço.E é maior do que as pessoas
imaginam.
Pessoas estão documentando conquistas em vez de criá-las.
“Autenticidade é a
prática diária de deixar de lado quem achamos que deveríamos ser e abraçar quem
realmente somos.” - Brené Brown
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