Diante do que estamos observando até agora , é provável que
a Omicron irá superar a Delta, assim como Delta substituiu Alfa, Beta, Gama,
etc ...
Dependendo da mistura de transmissibilidade intrínseca e
escape imunológico da Omicron e a
consequente evolução do processo, poderíamos observar:
1. Deslocamento da
Delta pela Omicron
2. Co-circulação das
variantes a longo prazo
3. Onda Omicron
seguida pelo ressurgimento da Delta e extinção da Omicron
De uma maneira intuitiva, quanto mais escape imunológico a
Omicron tem da imunidade específica formada pela Delta, mais as duas variantes
terão nichos ecológicos distintos e, portanto, são capazes de coexistir .
A hipótese é a seguinte : a Delta está em equilíbrio
endêmico. O crescimento epidêmico é balanceado pela imunidade da população ( ou
seja, a variante continua a circular devido à diminuição da imunidade).A
Omicron é introduzida e dependendo de sua transmissibilidade e seu grau de
escape imunológico, ela se espalhará mais ou menos rapidamente .
Supondo que a taxa de transmissibilidade (Ro) da Delta seja
6, com transmissibilidade intrínseca mais baixa e maior escape imunológico
(Omicron Ro = 4, escape imunológico = 66 %) ,a onda da Omicron tem
relativamente pouco impacto sobre a Delta. Com transmissibilidade intrínseca
moderada e escape imune (Omicron Ro = 6, escape imune = 50 %) , Omicron tem
mais na Delta. E com maior transmissibilidade intrínseca e menor escape
imunológico (Omicron Ro = 8 , escape imunológico = 33 %) , a onda de Omicron
realmente derruba a Delta.
A co-circulação ocorre quando Ro é semelhante entre Omicron
e Delta e / ou quando há pouca imunidade cruzada, e o deslocamento ocorre
quando há imunidade cruzada forte e Ro desequilibrado.
Se compararmos com a gripe sazonal, o deslocamento é em
grande parte a regra, com novas cepas substituindo a diversidade existente.
Embora esta questão de deslocamento versus co-circulação não
seja imediatamente crítica para a compreensão da pandemia ou resposta de saúde
pública, sua resolução terá impacto significativo no eventual estado endêmico
do SARS-CoV-2. Se a Omicron e a Delta co-circularem então vacinas anuais
deveriam ser formuladas e nós poderíamos esperar altos níveis de circulação
viral.
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