sábado, 24 de julho de 2021

vivendo com o Coronavírus

 

Nosso sistema imunológico pode reconhecer patógenos que nos causam infecções por décadas , alguns por toda a vida . Isso que dizer que ao nos depararmos com uma nova exposição não haveria doença ou , na pior das hipóteses , esta ocorreria de forma leve.Para os coronavírus a resposta de defesa é muito instável.Contra os chamados coronavírus sazonais – causadores de um terço dos resfriados , nós não produzimos uma defesa adequada o que pode significar que reinfeções acontecem com frequência.

Essa inconstante defesa imunológica irá moldar nosso futuro em relação à pandemia. Muitos virologistas entendem que o sars Cov-2 não será erradicado .Ele se tornaria endêmico , uma palavra derivada do grego “endemos” que significa “ nas pessoas”.

Vírus endêmicos circulam constantemente entre nós , geralmente em baixos níveis , mas com ocasionais emergência de surtos. Nós não os controlamos com quarentenas ou ordens de “ficar em casa” .Nós vivemos com eles.

Como seria viver com um sars Cov-2 endêmico ¿ . Isso vai depender da potência de nossa memória imunológica . Ou seja , como será a durabilidade e força da imunidade induzida pela infecção natural ou vacina. Ela seria afetada pelo aparecimento de novas variantes afetando nossa vulnerabilidade à reinfecção ¿ . A questão ainda não respondida sobre o sars Cov-2 portanto é : quanto de durabilidade terá a nossa resposta de anticorpos .

Por enquanto é muito precoce para se fazer qualquer aposta temporal. Estudos realizados com os parentes mais próximos do sars Cov-2 ( sars Cov-1 e MERS) têm demonstrado que os anticorpos declinam em 2 a 3 anos após a infecção . Mas declínio não significa necessariamente desaparecimento. Mesmo níveis baixos (ou até indetectáveis) de anticorpos podem ser suficientes para evitar a progressão para uma forma grave da doença. A memória imunológica não é definida apenas pelos anticorpos . Existe uma complexa rede de outros componentes (como as células T) que podem ser acionados diante de uma reexposição.

Vírus não são estáticos. Enquanto acumulam mutações , mudam sua forma, e podem gradualmente se tornar mais difíceis de serem reconhecidos pelo sistema imune. Os coronavírus mutam mais lentamente que os vírus da Influenza e HIV , mas com a evolução prolongada e indiscriminada na natureza , em uma ou duas décadas podem evadir o nosso sistema imune.

Enquanto nossa imunidade coletiva cresce, o coronavírus deve mudar seu perfil de pandêmico para endêmico. Deverá circular com taxas de infecção menores e causando doença menos grave. Deve infectar crianças não vacinadas – onde normalmente causa infecção assintomática ou leve.Alguns indivíduos vacinados também poderão apresentar sintomas leves. Certos grupos de pacientes , idosos e imunocomprometidos por exemplo – irão desenvolver doença grave , algo que já vemos nos dias de hoje com a Influenza.

Para maioria de nós a COVID se tornará familiar como a gripe , uma ameaça bem conhecida da nossa vida neste planeta   

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