Foi assumido um risco significante da transmissão do SARS Cov 2 por fômites (objetos ou superfícies) baseado em estudos que tem pouca relevância na vida real. A observação de uma longa sobrevida do vírus ( até 6 dias) no ambiente foi feita por experiência de se colocar uma alta carga de vírus (10⁷ partículas virais) numa superfície. Outro estudo demonstrou sobrevida viral por 4 dias usando também uma alta concentração de vírus (10⁶ ). O relato clássico de van Doremalen mostrou sobrevida de ambos SARS-CoV e SARS-CoV-2 em 2 dias (superfícies) e 3 dias (aerossóies gerados em laboratório), novamente com um grande inóculo (10⁵–10⁷ partículas virais).
Nenhum destes estudos apresentam cenários compatíveis com situações da vida real. Apesar de não termos medidas de quantia de coronavirus em aerossóis de pacientes, a quantia do vírus influenza tem sido demonstrada com concentrações de 10–100 partículas virais em uma gotícula ( e poucos vírus são capazes de crescerem em placas de cultura em laboratório).
Um estudo recente mostrou que o coronavírus 229E (ligado ao resfriado comum) é capaz de sobreviver somente por 3 horas, o OC43 (também ligado ao resfriado) vive por uma hora.
Foi demonstrado que quando se tenta na prática imitar as condições onde superfícies possam ser contaminadas por um paciente não temos SARS-CoV viáveis no ambiente.
Nos estudos que utilizaram amostras de 10⁷, 10⁶, e 10⁴ partículas numa pequena superfície, estas concentrações são muito maiores que as presentes em gotículas na vida real.
Dowell e colegas realizaram observações nas quais não foram encontrados vírus viáveis em fômites.
A chance de transmissão através de objetos etc é muito pequena e ocorreria em situações onde um individuo infectado tossiria numa superficie que alguem tocasse logo após o ocorrido e levasse essas partículas para sua boca ou nariz.
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