William Osler, também conhecido como o pai da medicina
moderna , afirmava que a Medicina é a ciência da incerteza e a arte de
probabilidade .
Muitas pessoas associam a profissão médica a um exercício
heróico, paternalista ou até romântico. E sempre apostam que todos os tratamentos
prescritos por médicos têm altos índices de eficácia .Mas seria importante elucidar
que a medicina não se baseia em tratamentos perfeitos, mas sim, na
responsabilidade de ter o melhor pensamento baseado em evidências.Desta forma
se aumenta a probabilidade de eficácia terapêutica em um determinado paciente.
O médico deve: 1) Valorizar a Incerteza 2) Reconhecer suas
limitações .Isso é o chamado abandono dos conceitos mecanicistas que aprendemos
na faculdade.
O pensamento científico evoluiu de forma que hoje entendemos
que não podemos predizer quando e como um fenômeno acontecerá, apenas podemos estimar
sua probabilidade.Um tratamento comprovadamente benéfico não é garantia de
benefício individual. Não há pílula de benefício, há pílulas de probabilidade.
A isso, denominamos de medicina baseada em evidências ou medicina baseada em
incerteza.
Durante a formação médica, muitos valorizam apenas os
conhecimentos fisiopatológicos ou acreditam que a sua experiência clínica
individual é capaz de certificar corretamente sua prática médica. No entanto,
estar dotado do raciocínio baseado em evidências é fazer parte de uma trajetória
de conhecimentos em que há um crescente reconhecimento de suas limitações e
valorização das evidências que pode ser observada bem pelo efeito
Dunning-Kruger em que a autoconfiança exacerbada alia-se à incompetência.
Ter um raciocínio clínico baseado em evidências é saber que
você está cercado de incertezas, e elas lhe darão humildade e estímulo para
desenvolver a melhor tomada de decisões para o seu paciente.
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