sexta-feira, 1 de novembro de 2019

a vida em números



Em 1825 , o ministro da justiça francês ordenou a criação de um banco de dados sobre os crimes que aconteciam no país.Foi a primeira vez que a matemática procurou explicar o comportamento humano.
Mais tarde , a “física social” , passou a explorar a possibilidade que a vida , como os planetas , teria uma trajetória mecanicista

A filosofia começou a se importar com a idéia inquietante que entre os caprichos da escolha , da oportunidade e das circunstâncias, a matemática pudesse nos dizer o que é ser humano

.Adolphe Queteled , astrônomo belga , em 1830, já entendia que , em algum nível , a vida poderia ser quantificada e prevista.Hoje isso é inquestionável : podemos nos aproximar de um resultado quase exato em muitas analises sobre o comportamento das pessoas.

A física nos ensina que podemos esperar números confiáveis quando estamos analisando sistemas desordenados.Ou seja, regularidades emergem de nossas vidas individuais quando vistas coletivamente e podem ser mensuradas.Podemos determinar os números que surgem das nossas ações : a taxa de natalidade ou mortalidade , o índice de educação etc.Porém, o detalhe significativo é aprender algo sobre nós enquanto indivíduos se comportando dentro do coletivo.Inúmeras lições mostraram que as pessoas não bem representadas pela média

.Um exemplo anedótico : em 1965 o advogado francês André Reffray fez o que ele considerou um grande negócio : se propôs a pagar 250 francos mensais a Jeanne Calment , na época com 90 anos,na compra de seu apartamento.A expectativa média para as mulheres francesas era de 74 anos.Ele só tomaria posse do apartamento após sua morte.Infelizmente, para ele, Jeanne viveu mais 30 anos e se tornou a pessoa mais velha do mundo.André morreu antes com 77 anos.Foi o apartamento mais caro entre os negócios imobiliários para a época.Um duro aprendizado para mostrar que as pessoas não são bem representada pela média.

Podemos atestar este fato em medicina quando avaliamos medicações preventivas : para uma boa parte dos indivíduos elas não irão funcionar.Mas  devemos aplicar em nossa rotina a famosa aposta de Pascal : acreditar que o medicamento vai servir para você uma vez que as consequências serão piores do que a inconveniência de não tomá-lo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário