O encontro médico –paciente deveria estabelecer uma relação
de credibilidade e entendimento.
Mas em algumas situações , principalmente as
que envolvem decisões cruciais (como o prolongamento da vida) , o conflito
aparece na hora da tomada de condutas.
Este é naturalmente doloroso em seu
desenlace pois é nutrido por adversidades baseadas no senso moral , nos
princípios da bioética e nos valores das pessoas envolvidas
.A neurociência
demonstra que o processo de tomada de decisão é um campo de estudos fascinante.É
um dos processos básicos cognitivos relacionados ao comportamento humano.
Recentemente
as pesquisas mostraram que a decisão pode ser originada através de quatro
categorias conhecidas como : a intuitiva (baseada nas preferências pré
existentes e o senso comum) , a empirica ( baseada na experiência e estimativa)
, a heurística (calcada nas teorias científicas) e a racional ( a mais complexa
– que requer uma dinâmica de avaliação de riscos e valores).
Regiões do nosso
cérebro têm sido implicadas como origem das decisões empíricas e intuitivas (as
áreas orbitofrontal e ventromedial).Estas são mais influenciadas pela
emoção.Áreas como a região dorsolateral préfrontal competem com estas respostas
e facilitam as decisões racionais e heurísticas.
Os conflitos que criam obstáculos para a equipe médica tem
até uma lógica: temos uma formação que é construída em princípios da bioética e
que servem como uma espécie de código de conduta.Incorremos no risco de
generalizar as particularidades
Não é surpreendente que os médicos atuem predominantemente de
modo racional e que , muitas vezes , tenham uma visão bastante diferente de
seus pacientes e familiares que estarão oscilando entre a tomada de decisão
emocional e experimental , raras vezes modulada na estimativa de risco e
valores.Se nós pretendemos nos aproximar de um real contato com todos que
envolvem o paciente precisamos dar um passo para trás e analisar nossas
racionalidades construídas em bases essencialmente científicas e entender
melhor os pontos de vista daqueles que possuem uma diferente visão.Não podemos
criar uma terrível e fatal ilusão : a de que é possível ir ao cerne do
conhecimento sem recorrer a nossa compreensão da vida e da experiência humana.
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