sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

escolhas certas





















Um dos livros que recomendo é : Nudge – O Empurrão para a Escolha Certa aprimore suas decisões sobre saúde, riqueza e felicidade”.


Trata-se de uma linha de pensamento relativamente desconhecida entre economistas brasileiros: a Economia Comportamental.


Em sua Parte I – Humanos e Econos se avaliam os dois sistemas de pensamento (automático e reflexivo), vieses e erros grosseiros, regras práticas, ancoragem, disponibilidade, representatividade, otimismo e confiança excessiva, aversão à perda, viés do status quo,  enquadramento, resistência à tentação, escolhas desatentas, estratégias de autocontrole, contabilidade mental, comportamento de manada, poder de influência social, efeito holofote, mudança cultural, mudança política e imprevisibilidade, cutucadas sociais, evocação, escolhas consistentes, veredito misto do mercado. .


A diferença notável é que Thaler é um economista, portanto, denomina-se o que ele escreve de Economia Comportamental. Mas ele não se apresenta nem como psicólogo econômico nem com economista comportamental, mas sim como um arquiteto de escolhas!
Um arquiteto de escolhas tem a responsabilidade de organizar o contexto no qual as pessoas tomam decisões. Os autores esboçam seis princípios da boa arquitetura de escolhas.
  • Escolhas com estruturas complexas
  • Entender mapeamentos
  • Esperar erros
  • Incentivos
  • Opções predefinidas
  • Fornecer feedback (retorno)
Não existe design neutro. Uma boa regra geral é partir do princípio de que “tudo importa”. Essa sacada pode ser tanto paralisante quanto emancipadora. Um arquiteto de escolhas deve influenciar as pessoas tomarem boas decisões, dando uma cutucada, uma orientação, ou seja, em inglês, nudge.


Os autores fazem parte do novo movimento do paternalismo libertário. Desde logo, ressaltam que essas palavras estão carregadas de estereótipos da cultura política popular captada por dogmáticos. No entanto, o aspecto libertário de suas estratégias consiste na insistência clara de que, em geral, as pessoas devem ser livres para fazer o que quiserem – ter a opção de sair de arranjos indesejáveis se assim quiserem, ou seja, as pessoas devem ser livres para escolher. Quando usam o adjetivo libertário para modificar o substantivo paternalismo, querem dizer simplesmente algo que preserve a liberdade. Os paternalistas libertários querem que as pessoas possam facilmente seguir seus caminhos; não querem sobrecarregar aqueles que desejam exercer sua liberdade de escolha.


O aspecto paternalista reside na afirmação de que é legítimo que os arquitetos de escolhas tentem influenciar o comportamento das pessoas a fim de tornar sua vida mais longa, saudável e melhor. Em outras palavras, defendem esforços conscientes por parte de instituições do setor privado e também do governo para orientar as escolhas das pessoas rumo a direções que irão melhorar sua vida. Segundo entendem, uma política é “paternalista” quanto tenta influenciar as escolhas feitas por uma pessoa de modo a melhorar sua vida, segundo o próprio julgamento.


Utilizando algumas descobertas comprovadas da psicologia cognitiva e das ciências sociais, mostram que, em muitos casos, os indivíduos não escolhem o melhor para si, pelo contrário, fazem escolhas bastante ruins. Os economistas comportamentais não concordam com a teoria racionalista, suposta de validez universal, que afirma que, em Economia de Livre Mercado, todos os participantes, sejam indivíduos, sejam países, se beneficiam de seus atos voluntários de intercâmbio econômico, caso contrário, não os executariam. Na realidade concreta, os Humanos, diferentemente da abstração racionalista dos Econos, não teriam feito aquelas escolhas ruins apenas se:
  1. tivessem prestado toda a atenção, e
  2. tivessem informações completas, capacidades cognitivas ilimitadas e autocontrole pleno.
A abordagem que recomendam é considerada como paternalista porque arquitetos de escolhas privados e públicos não estão simplesmente tentando rastrear ou implementar as previsões de escolha das pessoas. Em vez disso, estão, conscientemente, tentando guiar as pessoas em direções que irão melhorar a vida delas. Estão dando uma cutucada ou orientação que altera o comportamento das pessoas de maneira previsível sem proibir nenhuma opção nem mudar significativamente seus incentivos econômicos.


As cutucadas não são ordens impostas de maneira totalitária. Embora rompam com o pressuposto racionalista de que “cada qual sabe o que é melhor para si” (ou “sabe onde doi seu calo”), a intervenção orientadora deve ser fácil (e sem custo) de evitar. O problema é que muitos economistas parecem, ao menos implicitamente, comprometidos com a ideia de Homo Economicus, ou seja, a noção de que cada um de nós pensa e escolhe infalivelmente bem e, portanto, se encaixa no retrato canônico que a teoria econômica ortodoxa apresenta dos seres humanos.
Se alguém ler os livros de Economia, aprenderá que o Homo Economicus é suposto ser inteligentíssimo, com memória de tudo, além de possuir tremenda força de vontade. No mundo real, nem nós nem as pessoas que observamos são assim. Elas não são os imaginários Homo Economicus, são sim os reais Homo Sapiens. Já os especuladores profissionais, conhecedores de suas limitações humanas, adotam regras práticas de decisões, tornando-se Homo Pragmaticus


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