As vacinas contra a covid-19 reduziram o número potencial de
mortes em mais da metade no primeiro ano de sua disponibilização, de acordo com
um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases.
O estudo baseou-se num modelou da propagação da doença em
185 territórios e países e descobriu que sem as vacinas 31,4 milhões de pessoas
teriam morrido em consequência das complicações geradas pela infecção entre
dezembro de 2020 e 2021.No entanto, mais milhões de mortes poderiam ter sido
evitadas.O estudo mostrou que que uma em cada cinco mortes ocorridas em países
de baixa renda poderia ter sido evitada se as metas globais de vacinas da
Organização Mundial da Saúde fossem cumpridas.
O trabalho foi centrado num modelo de transmissão da covid,
incorporando o que sabemos agora sobre a doença e as vacinas, a três situações:
uma em que não havia vacinas disponíveis, outra em que as vacinas foram
entregues, mas não reduziram a transmissão e, terceiro, o cenário em que
realmente se desenrolou, com vacinas eficazes lançadas – em algumas partes do
mundo – em tempo recorde.Em seguida,foi avaliado o número estimado de mortes
por Covid da primeira situação – se não existissem vacinas – e subtraíram o
número de mortes por Covid observadas na terceira situação para determinar
quantas mortes foram evitadas.
Como muitas mortes por covid não foram registradas ou
relatadas, principalmente em países de baixa renda, os autores optaram por
analisar uma medida conhecida como excesso de mortalidade, que calcula a
diferença entre o número observado e o esperado de mortes em um país.
O explica que, embora
a maior parte do benefício das vacinas tenha vindo da proteção direta – os
indivíduos são menos propensos a serem infectados ou morrerem da doença após a
vacinação – também há um grau de proteção indireta. Ou seja, as vacinas reduzem
a transmissão em uma população, aliviando alguma pressão sobre os recursos
hospitalares e, potencialmente, facilitando o atendimento aos pacientes mais
doentes.
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