Charles Darwin afirmou que 4 caracteristicas definidoras do
Homo sapiens – o uso de ferramentas, a linguagem, a sensibilidade estética e a
religião – estão presentes,de forma rudimentar,em outros animais.Até mesmo a
moralidade,ele argumenta,teria surgido da seleção natural.Um grupo de neurocientistas
liderados por Jaak Panksepp e Antonio Damasio tem desenvolvido um novo campo da
ciência afetiva desde os anos 90.A base do trabalho é isolar sistemas cerebrais
ligados às emoções e compará-los a regiões do cérebro que compartilhamos com
outros mamíferos.Estamos aprendendo como nossos ancestrais compartilham
sentimentos semelhantes aos nossos: o cérebro como uma realidade biológica
compartilhada.Estamos diante de uma nova especialidade biológica : a etomologia,o
estudo do comportamento animal.
A consequência tem impactado diversas especialidades : na
economia,Daniel Kahneman explica os vieses,quase sempre baseados na emoção,que
pontuam as decisões racionais.Na filosofia,Martha Nussbaum reintroduziu a emoção
como uma forma de pseudo-julgamento
Caminhamos para um tempo onde,finalmente,a
emoção é vista como uma adaptação biológica que não segue simplesmente ou
altera as regras da razão mas é parte integrante dela. Mas ela seria universal?
Implicita como uma marca genética ¿ Alguns historiadores e antropologistas
argumentam que nós aprendemos a nos emocionar através de nossa experiência cultural .
No livro “ How Emotions Are Made”
,Lisa Barret argumenta que as emoções são eventos conceituais,rápidas
construções mentais das nossas experiências. Ao contrário de sistemas
biológicos ou fisiológicos,são como o pensamento,e cada pessoa aprende muito
cedo a nomeá-las e organizá-las através de convenções cognitivas e culturais.
Quase toda percepção e pensamento é emocionalmente pesado na
qualidade de alguma atração ou repulsão : a verdadeira semântica dos contornos
da mente.Após isso,o significado é fundamentado como o produto de nossa relaçao
com o ambiente,a interação social
A evolução de nossas distintas estruturas na
sociedade não poderia ter acontecido sem o avanço paralelo da vida emocional.Os
humanos não teriam se tornado colaboradores,especialmente na vida não parental,se
não tivessem sido submetidos a significante domesticação emocional esculpida
pela constante exposição ás motivações e desejos que sempre nos acompanharam em
nossa trajetória.
O entendimento das nossas vias afetivas e o preciso papel da
emoção vai nos permitir um sólido entendimento de nossas necessidades,desejos e
motivações para o futuro.
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