sábado, 21 de outubro de 2017

não-amor


No começo do século XXI o amor foi neutralizado e desacreditado.O romance tem sido atenuado.Imaginamos viver numa cultura erótica de oportunidades sem precedentes quando , na real , vivemos numa cultura insípida.
O romance é pobre e diminuído,tornou-se um esporte recreativo,um passatempo descompromissado.
Tornou-se "sexo seguro" , diversão , prazer fisico.O erotismo vulgarizou-se num objeto de consumo.
A banalização do amor é nossa maior tragédia.O mundo não tem mais encantos , cantos escondidos

Para que as relações romãnticas sobrevivessem foi necessário extirpar-lhes o romance , ironizá-las , torná-las egoístas , limitá-las.O prazer é uma mercadoria desejável e nos tornamos ávidos no seu consumo....mas a que preço ?

O que acontece quando o amor é desigual , quando não há reciprocidade ?
O amor é conquista e autoconquista.Na sociedade do desempenho a reciprocidade esvaece
O amor romântico sempre foi uma crença.Nunca uma resposta racional.Nunca uma escolha de estilo de vida.Quando a crença desaparece ela nunca é substituída por algo maior.Surge sempre algo menor , insípido

Sem sua carga lirica o amor tornou-se apenas conveniente desprovido de qualquer glamour.
Tornou-se um amor breve,ligeiro.
Tornou-se um não-amor

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